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conta conjunta vale a pena?

Optar por uma conta conjunta pode ser uma estratégia interessante para os casais que queiram juntar dinheiro e fortalecer a relação financeira a dois. É o que aponta um estudo conduzido por um grupo de pesquisadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, casais que compartilham contas bancárias tendem a ter relações mais longas e satisfatórias pois alinham objetivos e compartilham decisões financeiras.

A pesquisa “Pooling Finances and Relationship Satisfaction”, liderada pela professora Emily Garbinsky, apontou que a prática de combinar finanças aumenta a sensação de interdependência entre os parceiros, o que melhora a satisfação no relacionamento. Mas será que ela é realmente vantajosa para todos?

Independentemente disso, pensar em construir um patrimônio juntos é fundamental para um casal. “Quando um casal decide construir um patrimônio, eles estão, na verdade, se preparando para o futuro. Isso pode incluir a compra de um imóvel, a criação de uma reserva de emergência, investimentos para a aposentadoria ou até a realização de sonhos comuns, como viagens ou a educação dos filhos”, ressalta Nayra Sombra, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planejar.

Conta conjunta vale a pena?

De acordo com a planejadora, ter uma conta conjunta pode ser uma boa opção para alguns casais, mas não é uma regra fixa. “A decisão de ter uma conta conjunta ou contas separadas depende muito do perfil de cada casal, da forma como lidam com o dinheiro e da comunicação financeira entre eles. Uma conta conjunta pode ser vantajosa para casais que têm objetivos financeiros em comum e confiam plenamente na forma como o outro gerencia o dinheiro”, ressalta.

A especialista explica que a conta conjunta facilita o controle das despesas da casa e permite que o casal acompanhe os gastos e poupem juntos para metas em comum. Além disso, simplifica o pagamento de contas e reduz o número de tarifas bancárias.

“Por outro lado, para alguns casais, manter contas separadas pode funcionar melhor, especialmente se cada um preferir ter autonomia sobre suas finanças ou se tiver hábitos de consumo muito diferentes. Manter contas separadas permite que cada um administre seus gastos pessoais sem precisar justificar ao outro, o que pode evitar conflitos. Assim, o casal pode optar por uma terceira conta conjunta apenas para as despesas da casa, como aluguel, contas de luz, supermercado, entre outros”, explica a planejadora.

Quais bancos oferecem conta conjunta?

Atualmente, várias instituições financeiras oferecem contas conjuntas, tanto em bancos tradicionais quanto em bancos digitais. Alguns dos principais incluem Itaú, C6 Bank, Banco Inter, Santander e Bradesco. Além disso, algumas startups como Noh e Cumbuca são focadas em simplificar essa divisão de contas.

Divisão proporcional de contas pode ser uma boa alternativa

Outra dinâmica comum entre os casais é a divisão das contas de forma proporcional à renda mensal de cada um.

“Essa estratégia leva em consideração a renda de cada pessoa e permite que as despesas sejam distribuídas de maneira mais equilibrada, evitando que uma parte se sinta sobrecarregada financeiramente. Por exemplo, se um dos parceiros ganha R$ 6 mil por mês e o outro ganha R$ 4 mil, dividir as despesas de forma proporcional significa que o primeiro parceiro arcaria com 60% dos gastos e o segundo com 40%”, explica Nayra.

Segundo a planejadora, isso faz com que ambos contribuam de maneira justa em relação à sua capacidade financeira, mantendo o equilíbrio do orçamento familiar sem comprometer excessivamente nenhum dos dois. “Essa forma de divisão pode ser especialmente importante em casais onde há uma diferença significativa de renda. Quando ambos contribuem proporcionalmente, as finanças do casal se tornam mais sustentáveis e cada um ainda consegue manter uma parte de sua renda para gastos pessoais, poupança ou investimentos.”

No entanto, o método de divisão de contas pode mudar de acordo com a realidade de cada casal. “Alguns casais preferem dividir tudo igualmente, independentemente da renda, enquanto outros optam por combinar diferentes abordagens. O mais importante é que a decisão seja tomada em conjunto, levando em consideração o conforto financeiro de cada um e garantindo que ambos estejam de acordo com o arranjo escolhido”, pontua a planejadora.

Como juntar dinheiro em casal?

Alinhe os objetivos

Para casais que estão tentando juntar dinheiro, a principal dica, de acordo com Nayra, é alinhar os objetivos financeiros.

Além disso, criar um planejamento conjunto que seja realista e motivador para os dois. “A primeira etapa é sentar e ter uma conversa aberta sobre o que cada um deseja alcançar. Seja comprar uma casa, fazer uma viagem, montar uma reserva de emergência ou investir para o futuro. Quando ambos têm clareza sobre suas metas, fica mais fácil se comprometer e trabalhar juntos para alcançá-las”, explica.

Crie um orçamento conjunto

Outra dica prática para juntar dinheiro em casal é criar um orçamento conjunto. Nele, todas as receitas e despesas são listadas para entender exatamente quanto o casal ganha e gasta.

“A partir daí, é possível definir um valor ou um percentual da renda para poupar e investir todos os meses. É importante que esse valor seja realista para que o casal não se sinta pressionado e consiga manter o plano a longo prazo”, ressalta a planejadora.

Conta conjunta para poupar

E a conta conjunta? Nesse sentido, ela pode ser útil para objetivos relacionados à poupança, onde cada um contribui mensalmente de acordo com o que foi combinado.

“Essa conta pode ser usada para criar um fundo para emergências ou para acumular recursos para objetivos maiores. Ver o saldo crescendo pode ser muito motivador e reforçar a parceria do casal no projeto de poupança”, destaca a planejadora.

Revise sempre o plano

Por fim, é importante revisar periodicamente o plano e ajustá-lo de acordo com as necessidades.

“À medida que a vida muda, seja por um aumento de salário, mudança de emprego, nascimento de filhos ou qualquer outra situação, o planejamento financeiro também deve se adaptar. Manter uma comunicação contínua sobre o dinheiro ajuda a evitar conflitos e garante que ambos estejam sempre na mesma página”, conclui Nayra.

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