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Como multiplicar R$ 100 mil em 1, 2, 5 e 10 anos?

Será que tem como multiplicar R$ 100 mil? Pois sabia que é possível, sim, dobrar o valor investido. Aliás, esse pode ser o sonho de muitos investidores por aí. Mas, por outro lado, é preciso atenção. Afinal de contas, quanto mais curto o período de resgate, mais voláteis são as opções de ativos financeiros.

Por isso, pedimos a ajuda de Daiane Gubert, head de assessoria de investimentos da Melver e de Marlon Glaciano, planejador financeiro e especialista em finanças, que mostraram o passo a passo de como multiplicar R$ 100 mil.

E o melhor é que dividimos em diferentes períodos: 12 meses, 2 anos, 5 e 10 anos.

Tenho R$ 100 mil, como dobrar esse valor em 1 ano?

Claro que, independentemente do tempo que você queira dobrar esse valor, a diversificação é uma estratégia crucial para gerenciar riscos e otimizar retornos em um portfólio.

E quando o período é curto, como em 12 meses, essa tática é mais do que primordial. “Afinal de contas, para dobrar o capital em um ano, o investidor precisaria de uma rentabilidade mensal em torno de 5,95% ao mês fechando o ano com tal valorização”, explica Daiane Gubert.

Para isso, então, a especialista conta que seria necessário acessar o mercado de ações, dólar, ouro e criptoativos que são investimentos com altíssimo potencial de ganho e também muito arriscado. “Ou seja, são ativos mais voláteis, com tendência de experimentar flutuações rápidas e significativas em seus preços”, acrescenta.

Já Marlon Glaciano inclui outros produtos na cesta de investimentos de quem pensa em como multiplicar R$ 100 mil em 1 ano.

Segundo o planejador financeiro, day trade, derivativos, e ações de empresas emergentes no mercado (como startups) podem gerar grandes retornos. “Mas também carregam um alto risco de perda total ou parcial do capital. Outra possibilidade são investimentos em IPOs (Initial Public Offering), se o mercado estiver aquecido”, conta.

Mas por que esses investimentos?

Criptomoedas e derivativos são voláteis, com a possibilidade de oscilações drásticas no curto prazo. O que pode gerar retornos significativos, embora extremamente incertos.

“Day trade pode gerar lucros rápidos, mas depende de experiência e controle emocional. IPOs oferecem uma oportunidade de comprar ações de empresas em crescimento inicial, com potencial de valorização acelerada se houver grande demanda no mercado”, comenta Glaciano.

E como dobrar R$ 100 mil em 2 anos

Quando pensamos em dobrar o montante investido em 24 meses, o horizonte melhora um pouco. Mas um pouco mesmo! Isso porque, nesse prazo será necessária uma rentabilidade mensal de 2,94%. “Considerando uma taxa Selic de 10,75% ao ano, dobrar o capital em 2 anos é um desafio, dado os riscos envolvidos”, argumenta Daiane.

Para isso, então, a especialista aponta como opções para investir e multiplicar R$ 100 mil em 2 anos, o mercado de ações, dólar, criptoativos, ouro, fundos multimercados e operações com taxa prefixada em renda fixa. “Mas ainda com muita incerteza”, alerta.

Por qual motivo esses ativos são mais indicados?

Daiane fala ainda que o mercado de ações tem potencial para dobrar o capital do investidor por várias razões, como crescimento das empresas, apreciação do capital e reinvestimento de dividendos. “No entanto, é importante lembrar que investimentos em ações envolvem riscos e que resultados passados não garantem desempenho futuro”, pondera.

Por isso, é preciso atenção na hora de pensar em como multiplicar R$ 100 mil.

Já investir em dólar pode oferecer oportunidades de valorização, mas envolve riscos cambiais e volatilidade do mercado. O ouro também apresenta um potencial importante de valorização e é utilizado como reserva de valor em momentos de risco geopolítico. Além disso, pode servir como proteção contra a inflação.

“Fundos multimercados, se comparados aos investimentos anteriores, têm um potencial menor de ganho. E dependendo da estratégia do gestor, podem trazer ganhos expressivos à carteira. Em renda fixa prefixada, é importante estar ciente de que a taxa de juros de mercado pode subir além da taxa contratada”, diz.

Como multiplicar R$ 100 mil em 5 anos?

Com um tempo maior, a rentabilidade necessária se torna mais factível. Tanto que para dobrar o capital nesse período, a rentabilidade mensal precisará ser de 1,17%.

“Para isso, então, ativos de renda fixa de longo prazo, crédito privado, fundos multimercados, fundos imobiliários, ações, dólar, ouro e criptoativos podem fazer parte dessa alocação. O que mudará será o peso de cada classe de ativo na carteira, com maior exposição a ativos mais voláteis em um horizonte maior”, comenta a head de assessoria de investimentos.

Por outro lado, na diversificação de Marlon Glaciano, pensando em como multiplicar R$ 100 mil em 5 anos, a ideia é ter na carteira ações de empresas sólidas, fundos imobiliários (FIIs), e fundos multimercados de perfil moderado.

“A combinação de crescimento de capital e dividendos pagos por esses ativos pode, ao longo de cinco anos, alcançar o objetivo, especialmente em um cenário de economia crescente”, afirma.

E por que esses investimentos especificamente?

Daiane Gubert explica que uma carteira diversificada com ativos de renda fixa que remunere CDI / IPCA+, prefixados (CDBs, LCAs, LCIs, crédito privado e fundos de investimento em renda fixa) pode ser benéfica.

“Os fundos multimercados também são uma opção. Desde que se acompanhe a estratégia do gestor, pois a rentabilidade passada não é garantia de resultados futuros”, argumenta.

Marlon Glaciano acrescenta que as ações de empresas bem consolidadas e fundos imobiliários oferecem a segurança de ativos que, historicamente, têm retornos superiores à média de mercado em períodos de médio prazo. “Já os FIIs, além da valorização, geram renda passiva mensal, que pode ser reinvestida”, diz.

É hora de multiplicar R$ 100 mil em 10 anos

Por fim, chegamos ao maior prazo dos nossos períodos. E em 10 anos, claro, as opções de investimentos são um pouco menos arriscadas.

“Nesse horizonte, portanto, a renda variável como ações de empresas blue chips (consolidadas), fundos de previdência privada, e títulos do Tesouro IPCA+ são boas opções. Para um cenário desse, a diversificação entre ativos de crescimento e proteção contra a inflação, junto ao longo prazo, é crucial”, fala Glaciano.

Ainda de acordo com o planejador financeiro, as ações de blue chips tendem a crescer consistentemente. Enquanto os fundos de previdência privada, atrelados ao Tesouro Direto, oferecem boa rentabilidade com benefícios fiscais ao longo do tempo.

“Já os títulos do Tesouro IPCA+, garantem a correção pela inflação com juros reais. Sendo, então, ideal para investidores que desejam proteção e crescimento de patrimônio no longo prazo”, afirma.

E, para encerrarmos, Glaciano faz um apontamento. “É importante que os investidores tenham claro que quanto maior o potencial de retorno, maior é o risco envolvido. A diversificação é a chave para mitigar esses riscos, equilibrando ganhos de curto, médio e longo prazo. Além disso, o perfil do investidor precisa ser respeitado para evitar decisões impulsivas ou desalinhadas com seus objetivos e capacidade de tolerância ao risco”, conclui.

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