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como investir para proteger a Amazonia?

Você já ouviu falar em investimentos que podem ajudar a preservar florestas como a Amazônia? Estamos falando de alguns produtos como os títulos verdes, por exemplo. Esses ativos têm aparecido cada vez mais nas rodas de conversas. Afinal de contas, o tema sustentabilidade está em alta e deve permanecer para sempre.

Afinal, os inúmeros recordes de queimadas na Amazônia e em outros lugares do Brasil, além da estiagem mais severa nos últimos 34 anos que se somam aos efeitos das mudanças climáticas traz à tona, mais uma vez, um ponto de reflexão sobre como a sociedade pode contribuir para proteger a maior floresta tropical do mundo. E é aí que entram em cena algumas opções de investimentos para mitigar esses impactos.

Foco na Amazônia

Para se ter uma ideia, a Amazônia, por exemplo, tem menos de 1% da superfície terrestre. Mas guarda quase 10% de toda a biodiversidade do planeta, de acordo com dados da ONG WWF-Brasil. No total, 18% das plantas vasculares do mundo são encontradas na floresta, assim como 14% das aves, 9% dos mamíferos e 18% dos peixes da região tropical.

A floresta abrange nove países, além do Brasil inclui a Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.

O alerta se dá, porque toda essa riqueza natural está ameaçada. Até o mês de agosto, o bioma registrou mais de 50 mil focos de incêndio neste ano. Desse modo, um aumento de 80% de focos de calor comparados com o mesmo período do ano passado, segundo a WWF-Brasil. Com isso, os “rios voadores” se tornaram corredores de fumaça que atingiram 11 estados nos últimos dias.

A seca se tornou uma das mais severas desde 1990. É o que apontou o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). “As condições de seca se tornaram mais frequentes e severas, culminando em um período crítico nos últimos anos”, diz, em nota.

Títulos verdes, ações verdes e outros investimentos ESG

A saída para mitigar esses impactos se concentra na tradição indígena: preservar as florestas e mantê-las de pé. Do ponto de vista econômico, isso também pode gerar lucros. As árvores preservadas valem mais de US$ 317 bilhões por ano, segundo estudo do Banco Mundial.

Mas claro que existem outras formas de contribuir para incentivar a sustentabilidade e investir na preservação. De que maneira? Por meio das instituições financeiras e os ativo ligados ao ESG (Ambiental, Social e Governança).

A seguir, você confere então 5 maneiras de investir para proteger a maior floresta tropical do mundo. Veja só!

1. Títulos verdes

Os investidores podem encontrar opções de investimentos com impacto socioambiental por meio dos Títulos Verdes, Sociais e Sustentáveis. Eles são instrumentos de dívida emitidos por empresas, governos e entidades multilaterais negociados nos mercados de capitais com a finalidade de atrair recursos para projetos que tenham como propósito um impacto socioambiental positivo.

Já os Sustainability-Linked Bonds (SLB) são instrumentos de dívida que têm como objetivo final fazer com que o emissor alcance metas ESG.

2. Ações verdes

Outra opção aos investidores — ainda em desenvolvimento — é a classificação das Ações Verdes (BAV) na B3. Esse projeto reconhece companhias que contam com atividades que contribuem com a proteção do meio ambiente e com o combate às mudanças climáticas. Esta designação especial busca incentivar as companhias, de maneira voluntária, a atuarem de forma alinhada às melhores práticas Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa (ASG).

Podem solicitar a classificação as empresas listadas que tenham mais de 50% da sua receita bruta anual proveniente de atividades consideradas verdes, mais de 50% dos investimentos e despesas operacionais anuais destinados a tais atividades, além de menos de 5% da receita bruta anual derivada de combustíveis fósseis.

O objetivo é ajudar os investidores a direcionar seus recursos para o financiamento de uma economia mais sustentável. Para as empresas, é uma forma de demonstrar de maneira clara seus compromissos com a economia verde, além de facilitar eventual fluxo de capital sustentável potencialmente alocável.

O nome BAV se inspira nos Green Equity Principles, lançados em 2023 pela World Federation of Exchanges (WFE), organização que apoia o desenvolvimento do mercado de capitais por meio de pesquisas, estudos e estatísticas sobre boas práticas de mercado, incluindo finanças sustentáveis e normas internacionais.

3. Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3)

O objetivo do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) é ser o indicador do desempenho médio das cotações das ações de empresas selecionadas pelo comprometimento com a sustentabilidade empresarial. Para investir na carteira, existe um ETF (Exchange traded fund) atrelado ao índice, o ISUS11.

Ao todo, são 78 companhias de 36 setores. O ISE B3 reúne ações e units exclusivamente de companhias listadas na B3 que atendem aos critérios de inclusão do índice. Nesta lista não estão incluídos BDRs e ativos de companhias em recuperação judicial ou extrajudicial, regime especial de administração temporária, intervenção ou que sejam negociados em qualquer outra situação especial de listagem.

4. Fundo da Amazônia

Fora do modelo tradicional de investimentos, o investidor mais experiente e com mais apetite a risco pode se aventurar em doações a iniciativas que trabalham na ponta dos problemas. Uma das opções nessa modalidade é doar recursos para o Fundo da Amazônia, que apoia 114 projetos e soma R$ 2,5 bilhões, e conta com o Banco de Desenvolvimento de Econômico e Social (BNDES), além de outros países, como Noruega, França e até a União Europeia.

5. Crowdfunding

Investir em startups alinhadas à causa para mitigar impactos socioambientais também entram no radar. Esse tipo de investimento pode ser feito através do crowdfunding — um financiamento coletivo.

Em abril deste ano, a CVM autorizou a B3 a oferecer uma solução de ativos tokenizados para as plataformas de crowdfunding, também conhecido como financiamento coletivo. Com isso, os investidores poderão usar a tecnologia da bolsa de valores, com liquidação financeira via PIX, controle de titularidade e rastreabilidade das operações.

Opções não faltam para investir em iniciativas que ajudam a diminuir esses impactos socioambientais.



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