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Como investir no Tesouro Direto com Selic a 13,25%? Veja opções

A alta da taxa Selic de 12,25% para 13,25% ao ano determinada pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) nesta quarta-feira (29) coloca a renda fixa como protagonista mais uma vez. E investir no Tesouro Direto, seja no prefixado ou IPCA+ com taxas mais altas de juros permanece no radar do mercado financeiro para obter retornos. A orientação do comunicado deixa aberto novas altas de juros, o que reduz a volatilidade.

Assim, o investidor deve prestar atenção nos efeitos da curva de juros ao escolher títulos públicos, afirmam especialistas à Inteligência Financeira.

Pelo aumento na taxa nominal, o Tesouro Selic ganha mais fôlego para alocações de curto prazo, mas analistas afirmam que o investidor moderado ou arrojado deve olhar com mais carinho para o Tesouro IPCA+. Veja carteiras de R$ 100 mil recomendadas por analistas de títulos públicos.

Nova alta da Selic afeta como investir no Tesouro Direto

O aumento na taxa de juros é antecipado pelo mercado financeiro e cumpre uma das duas altas de 100 pontos-base na taxa Selic segundo projeção do BC.

O que acrescenta volatilidade aos títulos de renda fixa, contudo, é o tom do comunicado emitido pelo Copom ao justificar a elevação.

Para especialistas, está na hora de o investidor encurtar o horizonte de investimento em títulos do Tesouro Direto. A incerteza em relação ao futuro da Selic provoca perdas na marcação à mercado de ativos com prazo superior a cinco anos, explica o sócio e fundador da Fatorial Investimentos, Jansen Costa.

O Tesouro IPCA+ 2045, lembra Costa, registrou queda de 50% no rendimento da parcela variável do título. “Alguns títulos de renda fixa tem volatilidade maior que ações da bolsa”, explica.

Como investir no Tesouro Direto está ligado com as expectativas do mercado sobre juros e inflação, os analistas dizem que o comunicado do BC provoca das curvas e prêmios dos títulos. O mais afetado é o Tesouro Prefixado, diz Costa, porque deixar em aberto novas altas pode provocar quedas no prêmio de risco para baixo de 15%.

O comunicado do Copom deve provocar um fechamento da curva de juros no longo prazo, pondera Leonardo Petersen, analista da Ável Investimentos. “A sinalização de que o BC vai continuar a subir os juros pode ajudar a diminuir essas taxas de títulos públicos mais longos”, afirma.

Por outro lado, o estrategista da Constancia Investimentos, Carlos Eduardo de Mello Paiva, argumenta que o tom hawkish do Copom não deve influenciar muito nos prêmios do Tesouro Direto IPCA+ e Prefixado.

O Tesouro Selic sai ileso. Hoje, quem ganha imediatamente com a alta dos juros é o pós-fixado, cujo retorno nominal sobe 1%, diz Costa.

Tesouro IPCA+ mantém vantagem sobre prefixado; entenda

Atualmente, a curva de inflação prevê que o IPCA pode acelerar para 6,90% em um vértice de dois anos. Isso torna a taxa oferecida pelo Tesouro IPCA+, próxima a 8%, “extremamente atrativa” a investidores, diz Paiva.

Quando o mercado chegou ao pico do estresse em dezembro, com disparada do dólar e insegurança sobre o arcabouço fiscal, a inflação implícita para 2027 foi a 7,30%. Já a taxa do IPCA+ saltou para mais de 8%.

“Provavelmente não veremos ela retornar a patamares tão elevados. Para quem não se preocupa com a marcação de mercado e está disposto a carregar títulos pelo prazo de 2 a 3 anos, o IPCA+ está bastante atrativo como estratégia de investir no Tesouro Direto.”

Para ele, o Tesouro Prefixado possui mais risco. Isso porque em dezembro o título passou a render 16,30% na máxima e caiu para 15,15% atualmente.

“A decisão de juros afeta principalmente investimentos prefixados. Isso porque toda vez que o juro sobe, o preço unitário do título cai”, diz Jansen Costa.

O especialista explica uma fórmula simples de como investir no Tesouro Direto com a alta da Selic. No curto prazo, o total investido deveria se concentrar no Tesouro Selic. Em carteiras mais moderadas ou arrojadas, o peso do IPCA pode sair de 10% a mais de 50%, respectivamente.

Onde aplicar R$ 100 mil no Tesouro Direto: veja carteiras

Para analistas e estrategistas, a falta de certeza sobre a Selic terminal em 2025, a trajetória da dívida do Brasil e o cumprimento de metas do arcabouço fiscal a partir deste ano sugerem a diminuição de prazos na renda fixa.

Assim como prazos, os investidores recomendam alocar a maior parte da carteira em ativos ligados à Selic. É, afinal, o ativo considerado ‘livre de risco’ pelo mercado em meio à turbulência da economia.

Com R$ 100 mil, Leonardo Petersen aconselha investir R$ 50 mil em Tesouro Selic. Além disso, ele recomenda uma parcela de R$ 35 mil no Tesouro IPCA+ com prazos de 2029 a 2035, e mais R$ 15 mil no Tesouro Prefixado 2027.

Já Paiva adota abordagem ainda mais defensiva sobre como investir no Tesouro Direto.

“Eu apostaria em durations mais curtas.”, diz ele. “Eu só investiria em títulos com prazo de 2 a 3 anos.”

Em sua carteira de R$ 100 mil, 60% seria repassado para o Tesouro Selic, 30% para o IPCA+ 2028 ou 2029 e 10% para o Tesouro Prefixado 2027 ou 2028.

Confira os títulos disponíveis para investidores no site do Tesouro Direto.

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