Com risco fiscal e político, Morgan Stanley rebaixa ações do Brasil
As preocupações com o pacote fiscal que será apresentado pelo governo demandam cautela dos investidores neste momento, na avaliação de analistas do Morgan Stanley.
Em relatório, os especialistas do banco rebaixaram a recomendação de ações brasileiras para “underweight” (abaixo do valor de mercado).
Citaram que estão atentos aos riscos políticos e aos temores com a dinâmica fiscal no país.
De acordo com os especialistas Nikolaj Lippmann, Juan Ayala, Julia Nogueira, Cristina Arbelaez e Nicolas Eterovic, o cenário-base da casa leva em conta um corte de gastos em torno de R$ 50 bilhões
O que seria acompanhado por uma desaceleração do crescimento dos lucros das empresas, mas sem recessão.
“Não há dúvida que as coisas podem melhorar, mas temos dificuldade de ver uma expansão de múltiplos nesse mercado”, resumiram.
Nesse cenário, os analistas avaliam que o melhor é estar investido em ações ligadas à energia, agricultura e digitalização (comércio eletrônico, fintechs, serviços e software)
Evitando papéis mais ligadas ao ciclo doméstico, incluindo as pequenas e médias empresas em valor de mercado (small e mid caps).
Um dos pontos de atenção por aqui é que as taxas de juros ainda estão subindo e o ponto em que o crescimento econômico se encontra deve ser considerado uma “má notícia”.
Isso por ser alimentado pelo maior endividamento do governo, o que eleva o consumo, aumenta as importações e dilui as exportações.
Na visão dos analistas, a situação do Brasil e do México deve ser vista com cautela, ambas as recomendações foram rebaixadas para “underweight”.
“É muito cedo para construir um portfólio porque as coisas podem piorar antes de melhorar”, concluem.
Com informações do Valor Econômico