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com queda de ações, mercado faz contas para 2025

Após um 2023 que ninguém esperava, com um rali de fim de ano colocando o Ibovespa e o índice de Small Caps na liderança do mercado, 2024 trouxe o investidor de volta à realidade. Agora a dúvida é: onde investir em 2025?

Neste ano, ganhou quem investiu no dólar contra o real. Sinal do desgaste da economia brasileira, com problemas fiscais. E das perspectivas de aquecimento do mercado norte-americano, com os planos de Donald Trump.

O dólar subiu 26,3% até meados de dezembro. Com a divisa brasileira, assim, encerrando o ano entre as que mais se desvalorizaram na cesta de emergentes.

Porto seguro do CDI

O dólar é seguido apenas de longe pelo segundo colocado do ranking: o índice de debêntures. Os títulos de crédito corporativo estão em alta de 12,9%.

O CDI, então, fecha o pódio neste que vem sendo o ano da renda fixa. A taxa de referência para os títulos conservadores entregava 10,3%.

Os dados foram computados pelo Itaú BBA e levam em conta o fechamento do mercado até o dia 17 de dezembro. Confira os dados na arte abaixo, ao lado do ranking dos últimos dez anos:

chart visualization

Dividendos e multimercados

A ponta positiva do ranking de investimentos em 2025 ainda é ocupada por mais duas categorias de produtos.

Os fundos de multimercados representam a surpresa do ano. A categoria sofreu muito em 2023 e até o meio deste ano, com os gestores não acertando seus cenários de investimento. Mas eles chegam em dezembro com retorno médio de 5,9%. Isso, graças aos resultados dos últimos meses.

Por fim, o índice de dividendos. O segmento que geralmente aparece no pódio, neste ano andou de lado. Reflexo do marasmo da bolsa de valores. Teve retorno de 0,9%.

Small Caps e Ibovespa

Na ponta de baixo, os produtos de renda variável. As Small Caps derreteram tanto quanto o real: 21%.

O Ifix, índice com os principais fundos imobiliários dos mercados, despencou até então 10,7%. E o Ibovespa mantem queda firme de 7,9%.

Onde investir em 2025?

Para 2025, os especialistas alertam que o investidor não deverá ver muitas mudanças nesse cenário. Quer dizer, o câmbio, com juros em alta, deve arrefecer mais cedo ou mais tarde.

“Não dá para pensar, assim, num dólar a R$ 6,20 com juro real tão alto quanto o esperado”, afirma Fabio Passos, sócio da gestora Nest Investimentos.

O Banco Central já informou que tomou para si a decisão de segurar a economia, que cresce em um ritmo perigoso para a trajetória da inflação.

Se não houver novidades no mercado, o Copom deverá subir 2 pontos percentuais a taxa básica de juros Selic até março do ano que vem. Assim, o mercado já conta com uma taxa terminal do atual ciclo de aperto em 15%.

“Com uma taxa de juros a 15% não tem o que fazer, é colocar tudo em CDI e ir para casa”, diz Passos. “Com essa taxa (de 15%), em cinco anos o cara tem um ganho real de 60%. Em sete anos ele dobra o capital, protegendo assim da inflação”, diz.

Onde investir: ‘Compra quando ninguém quer em 2025’

A opinião de Fabio Passos encontra eco em boa parte da Faria Lima hoje em dia. Isso preocupa alguns gestores que, a depender dessa perspectiva, entendem que será difícil ganhar dinheiro em um ano dominado pelo CDI.

Mas Leonardo Morales, ex-Asa Investimentos e Santander Asset e hoje sócio da SVN, vai em direção oposta. Para ele, o ano de 2024 está terminando tão ruim que é difícil imaginar que ele pode ficar ainda pior em 2025.

“Eu gosto de comprar quando ninguém quer. Assim, acho que se a gente tiver alguma notícia positiva do fronte (político), a gente talvez tenha um começo de ano um pouco melhor”, diz.

Ele dá como exemplo os papéis que defendem contra a inflação (ações de utilities), pré fixados de miolo de curva ou papéis de crédito isentos.

“Tem IPCA+ 8%, IPCA+ 8,5%, bons créditos”, afirma.

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