CDB ou fundo de investimento em renda fixa: qual é o melhor?
Na busca por segurança e rentabilidade, muitos investidores se perguntam: o que é mais vantajoso, CDB ou um fundo de investimento em renda fixa? Cada opção tem suas particularidades e pode atender a diferentes perfis de quem deseja aumentar o patrimônio sem abrir mão da estabilidade. Antes de tudo, é importante entender as características de cada um.
Os CDBs, ou Certificados de Depósito Bancário, são títulos emitidos pelos bancos para a captação de recursos junto aos clientes. Já os fundos de investimento em renda fixa buscam retornos a partir de aplicações em papéis de renda fixa. Aliás, a Inteligência Financeira preparou um material completo sobre CDBs, que você pode conferir neste link.
“Um fundo de renda fixa busca acompanhar um índice, normalmente o DI ou a Selic. Como a gestão do fundo gera custos, normalmente a rentabilidade do fundo de renda fixa costuma ficar um pouco abaixo do índice de referência. Ou um pouco acima, quando a gestão consegue capturar valor suficiente para cobrir os custos e, a depender dos objetivos do fundo, superar o índice”, explica Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital.
Atualmente, os CDBs pós-fixados oferecem, em média, entre 100% e 110% do CDI, enquanto fundos de renda fixa conservadores, após as taxas de administração, entregam cerca de 95% a 98% do CDI.
Quais são as diferenças entre eles?
Leticia Camargo, planejadora financeira CFP pela Planejar, destaca que uma das principais diferenças entre os dois ativos é o come-cotas. “Uma diferença entre eles é que os CDBs não têm come-cotas, enquanto os fundos de renda fixa, sim. O come-cotas é um adiantamento do Imposto de Renda, pago nos finais de maio e novembro”.
Além disso, enquanto os CDBs possuem um prazo de vencimento, os fundos de investimento não seguem essa estrutura. “Outra diferença é que os CDBs não têm taxa de administração, enquanto os fundos geralmente cobram essa taxa”, explica Leticia. Ela também ressalta que nenhum dos dois paga renda passiva. O que importa, em cada caso, é a rentabilidade contratada do CDB e a rentabilidade esperada do fundo.
As taxas de administração dos fundos de renda fixa podem variar entre 0,2% e 2% ao ano. É importante ter em mente esse custo, pois ele impacta diretamente a rentabilidade líquida oferecida ao investidor.
O que é melhor: CDB ou fundo de investimento?
Assim como na escolha entre o Tesouro IPCA e o Tesouro Selic, a decisão depende de alguns fatores.
Se o foco é evitar riscos ou diversificar dentro da renda fixa, o fundo pode ser mais vantajoso. “Em um CDB, o investidor corre o risco do emissor. Ou seja, se o banco que emitiu o ativo não conseguir devolver o dinheiro, o investidor precisará recorrer ao FGC (Fundo Garantidor de Créditos)”, explica Felipe.
Por outro lado, os fundos de investimento em renda fixa aplicam em diversos ativos. Portanto, em caso de inadimplência, pode haver uma queda na rentabilidade, mas o investidor não perde todo o valor investido. “É uma forma também de diversificar o investimento, até mesmo em CDBs de vários emissores, diluindo o risco ao pagar uma taxa de administração pela conveniência e segurança”, ressalta Felipe.
Se a estratégia é focada em uma rentabilidade maior, o CDB pode ser mais atrativo. Isso porque, muitas vezes, as taxas cobradas pelos fundos podem ser elevadas. “Se considerarmos os fundos de renda fixa referenciados no DI, eles serão bastante conservadores. Por isso, é fundamental verificar a taxa de administração. O ideal são fundos isentos de taxas”, destaca Leticia.
Por fim, a especialista fala sobre a importância de verificar se o prazo do investimento está alinhado aos objetivos da aplicação. “Ambos os produtos podem ser utilizados para a reserva de emergência, desde que sejam pós-fixados e tenham liquidez diária”, explica Leticia.