CCEE e Aneel realizam hoje leilão para atender à demanda das distribuidoras de energia
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizam nesta sexta-feira (6), às 10h, um leilão para negociar contratos de compra e venda de energia elétrica entre geradoras de energia e distribuidoras de energia.
Esses leilões são chamados de A-1, A-2 e A-3, e a principal diferença entre eles é o prazo para o início do fornecimento da energia contratada. No leilão A-1, a energia será entregue a partir de janeiro de 2025; no A-2, o fornecimento começa em janeiro de 2026; e no A-3, a entrega será feita a partir de janeiro de 2027. Os preços iniciais serão de R$ 200 por megawatt-hora (MWh), R$ 170/MWh e R$ 140/MWh, respectivamente.
Esses contratos ajudam a planejar o fornecimento de energia para atender à demanda futura de consumidores e garantir a eficiência do sistema elétrico.
O leilão ocorre em um contexto de sobreoferta de energia por conta do baixo crescimento do negócio das distribuidoras de energia (mercado regulado), migração de consumidores para o mercado livre e crescimento da geração distribuída (ou geração própria) no Brasil, que tem dificultado o equilíbrio entre os contratos das distribuidoras e as geradoras.
Ainda assim, a demanda é esperada e deve superar a dos anos anteriores. O CEO da consultoria Envol Energy, Alexandre Viana, destaca que este leilão deve ser especialmente relevante, pois as distribuidoras precisam recompor o portfólio de contratos afetados pela descotização das usinas da Eletrobras e pela expiração de outros acordos. Além disso, devido à oferta significativa disponível, ele acredita que haverá uma competição acirrada no lado da oferta.
“O leilão de energia existente deve ter uma demanda muito superior em relação aos anteriores porque houve uma descontratação relevante das usinas da Eletrobras e os contratos dos portfólios das distribuidoras que estão vencendo”, afirma.
Atualmente, as concessionárias são obrigadas a manter seus portfólios 100% cobertos por contratos de longo prazo como garantia de suprimento. Viana ressalta que, embora as distribuidoras tenham receio de contratar energia nova a longo prazo devido à abertura do mercado e à expansão da geração distribuída, ainda há necessidade de recomporem seus portfólios com energia proveniente de usinas existentes.
*Com informações do Valor Econômico