Economia

Campos Neto se arrepende de ter votado com camisa da seleção?

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negou que haja conflitos neste momento dentro da autoridade monetária. Em entrevista à colunista Miriam Leitão, do jornal O Globo, ele disse que “nunca houve um espírito de equipe tão grande no Banco Central”.

Na entrevista, Campos Neto diz também que o Comitê de Política Monetária (Copom) não quis antecipar o que acontecerá na próxima reunião. Mas ressalta que a situação internacional melhorou muito nas últimas semanas. Segundo ele, o mercado está falando em alta de juros, mas os economistas não.

Ele disse ainda que o BC esteve muito perto de intervir no câmbio. “Mas se mostrou uma decisão bastante boa não intervir: o câmbio voltou, a taxa de juros longa voltou.”

Campos Neto e a camisa da seleção brasileira

Então, Campos Neto também falou sobre o fato de ter usado a camisa da seleção brasileira no dia da eleição presidencial. O que foi bastante criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que acabou derrotando o então presidente Jair Bolsonaro.

“Hoje eu teria feito diferente. O voto é um ato privado. Não acho que seria surpresa, as pessoas não achariam que eu não ia votar desta forma. Teria feito diferente, mas acho que, no fim das contas, a autonomia e a independência se fazem pelo que eu fiz ao longo do tempo no Banco Central. Fizemos a maior alta de juros em período eleitoral dos países emergentes”, ressaltou.

“Quem vai me suceder aqui tenho certeza que vai ter proximidade com o governo atual, que vai participar de eventos do governo atual. E espero que ele não seja julgado por isso. Aliás, eu espero que a pessoa que venha me suceder aqui não seja julgada nem pela cor da camisa com a qual ele votou. Nem pelas reuniões que ele fez, nem pelos jantares que ele fez, e sim pelas decisões técnicas que tomou”, acrescentou o presidente do BC, alvo de críticas constantes de Lula.

Gabriel Galípolo

Sobre sua sucessão, Campos Neto disse que “não sei quem vai ser, há uma especulação em relação ao Gabriel (Galípolo, diretor de política monetária do BC)”.

“Mas independentemente de quem seja, espero que seja julgado pelas coisas técnicas. É impossível você estar no Banco Central e não ter proximidade com o governo ou com alguns agentes políticos. Porque precisa do governo e dos agentes políticos para fazer seus projetos.”

Sobre sua vida pós-BC, Campos Neto diz que quer ir para a iniciativa privada. “Provavelmente eu vou fazer alguma coisa que mistura tecnologia e finanças, que é o que tem me interessado.”

Com informações do Valor Econômico

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo