Economia

BTG Pactual recomenda ações e FIIs para 2025

O ano de 2024 não foi fácil para os investidores nacionais e chega na reta final indicando que 2025 não trará ventos mais favoráveis para a bolsa. Isso porque a questão fiscal ainda é uma preocupação dos mercados

Como lembra o BTG Pactual em relatório divulgado nesta sexta-feira (13), a viabilidade e implementação do pacote de corte de gastos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda depende de negociações entre executivo e legislativo.

Mas não é apenas o ceticismo do mercado em relação à situação fiscal que deve pesar em 2025. 

A partir de 2025, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) passa a ter sua diretoria composta, na sua maioria, por indicados do atual governo.

Com as projeções de fortes altas na Selic no ano que vem, o BTG afirma que “2025 passa a ser o grande teste para a independência do BC e seu firme compromisso com o regime de metas de inflação”.

Vale lembrar que o Copom elevou a taxa básica de juros em um ponto percentual cheio, a 12,25% ao ano, na última reunião deste ano.

Além disso, o cenário internacional também deve pesar na economia brasileira. Com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o dólar deve se fortalecer internacionalmente, e por aqui a moeda norte-americana tem sido negociada acima dos R$ 6,00.

O cenário econômico atual vem drenando o apetite dos investidores em relação aos ativos de risco. Porém, apesar do horizonte “turvo” em relação ao fiscal e perspectivas de juros ainda mais altos, o BTG Pactual enxerga oportunidades em renda variável e em fundos imobiliários para o próximo ano.

Ações na bolsa: as apostas do BTG Pactual para 2025

Para as ações listadas na B3 em 2025, o banco indica um posicionamento estratégico em setores defensivos e em crescimento, apostando em companhias sólidas no mercado e com histórico de bons retornos. A instituição financeira listou cinco ativos para incluir na carteira no próximo ano, confira:

BB Seguridade (BBSE3)

Na avaliação do BTG Pactual, a holding brasileira é destaque no setor de seguros e soluções financeiras, considerado um segmento defensivo pelos investidores.

Com um ambiente macro mais desafiador, impulsionado pelo aumento da taxa Selic, a instituição enxerga que as seguradoras podem ter um desempenho mais forte no curto prazo.

Além disso, a empresa apresenta um baixo risco de inadimplência, com margem “impressionantemente alta”. O banco ainda indica que o cenário competitivo é favoravelmente benigno. 

Segundo a recomendação, o histórico de boa governança corporativa está bem estabelecido, e a empresa distribui de 90% a 95% de seus lucros, minimizando o risco de reinvestimento.

Embora dúvidas sobre a renovação do contrato com o BB possam testar a tese de investimento, o banco acredita que essas discussões ocorram apenas entre 2027 e 2028.

Equatorial (EQTL3)

A aquisição de 15% da Sabesp colocou a Equatorial no radar de investimentos do BTG Pactual. Isso porque a transação, que garantiu à companhia de energia a posição de acionista de referência na empresa de saneamento, não foi apenas altamente geradora de valor, mas também abriu uma importante avenida de crescimento para a Equatorial, diz o banco.

Além disso, o BTG avalia que, do ponto de vista operacional, a empresa tem apresentado consistentemente números sólidos, com redução das perdas de energia e controle rígido dos custos. 

O BTG Pactual afirma ainda que o otimismo nas ações EQTL3 é baseado em um valuation atraente e no excelente histórico de execução em operações de distribuição e alocação de capital.

PRIO (PRIO3)

Não é de hoje que o BTG Pactual tem uma visão otimista em relação à PRIO. O banco já vem indicando que a companhia possui uma capacidade de execução comprovada e inúmeras oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico. 

Além disso, avalia que a PRIO está em uma ótima posição para começar a distribuir mais caixa aos acionistas, uma vez que apresenta alavancagem sob controle, forte geração de caixa e projetos progredindo conforme o planejado.

Atualmente, a petroleira aguarda licenças ambientais para a exploração do campo de Wahoo. Porém, o banco não enxerga riscos na emissão das licenças e acredita que, assim que fornecidas, a empresa terá muito a oferecer. 

Assim, com a PRIO negociando com um elevado yield (retorno) de fluxo de caixa para 2025, o BTG Pactual acredita que este seja um bom ponto de entrada para investidores de longo prazo.

Mastercard (MSCD34)

Na avaliação do banco, a empresa de tecnologia de pagamentos se destaca pelo modelo de negócios defensivo, capaz de resistir às pressões inflacionárias que devem ser sentidas ainda em 2025.

A Mastercard também é avaliada como uma boa estratégia de investimento devido ao balanço sólido e ao “impressionante” retorno sobre o patrimônio líquido. Em 2025, o consenso é de que a companhia apresente um Retorno sobre Patrimônio (ROE, na sigla em inglês) de 186%. 

As perspectivas de crescimento do banco para a empresa ainda são bastante promissoras, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) do lucro por ação de 14% de 2023 a 2026, impulsionada pela resiliência dos gastos dos consumidores e pelo forte crescimento dos volumes de transações internacionais.

Além disso, o banco avalia que a Mastercard ainda verá um aumento nos gastos dos seus clientes norte-americanos, suportados pela resiliência da economia dos EUA. 

Dessa forma, indica que a empresa está bem posicionada para se proteger de pressões inflacionárias decorrentes de aumento nas tarifas e políticas migratórias mais restritivas no novo governo de Donald Trump. 

Amazon (AMZO34)

Na avaliação do BTG Pactual, as ações da Amazon serão beneficiadas em 2025 pelo crescimento e liderança de mercado da Amazon Web Services (AWS), subsidiária da empresa que fornece serviços de computação em nuvem.

Além disso, o banco enxerga que a expansão da divisão de publicidade e a monetização e engajamento da plataforma de e-commerce da Amazon, em um ambiente de consumo ainda robusto nos EUA, também devem trazer bons retornos aos seus investidores.

Os fundos imobiliários recomendados para 2025

Já em relação aos investimentos em FIIs, o BTG indica apenas três fundos para incluir na carteira no próximo ano. Confira:

Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11)

O KNCR11 é um fundo de papel que tem o objetivo de investir em crédito imobiliário, por meio de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). O fundo é um dos maiores do segmento de recebíveis, tendo grande liquidez no mercado secundário e uma carteira com foco em operações atreladas ao CDI, ou seja, taxa de juros que costuma acompanhar a Selic. 

Dessa forma, o banco avalia que o KNCR11 deve surfar muito bem o momento de elevação de juros no primeiro semestre e seguir pagando bons dividendos para os investidores até o final de 2025, em virtude da carteira de crédito pós-fixada. Nos últimos 12 meses, o fundo teve um rendimento de 11,9%.

A instituição também indica que o FII possui um portfólio grande de crédito, pulverizado em operações com baixo risco de crédito. Além disso, como o fundo tem alta liquidez no mercado secundário, facilita a montagem de posição do investidor. 

O BTG Pactual ainda sinaliza que o KNCR11 é um fundo com grande foco na renda isenta de imposto para investidores pessoa física.

BTG Pactual Logística (BTLG11)

O BTG Logística FII é um dos maiores fundos de galpões logísticos do mercado, com um patrimônio líquido acima de R$ 4 bilhões. 

De acordo com a análise do banco, o fundo, que é focado no portfólio de alto padrão com imóveis muito bem localizados – especialmente na cidade de São Paulo –, deve continuar apresentando resultados positivos com crescimento real no preço dos aluguéis, em virtude da baixa taxa de vacância para o segmento logístico. 

Além disso, parte do portfólio possui exposição a contratos atípicos, ou seja, com maior prazo de locação, o que gera maior previsibilidade de receita e, portanto, de rendimento. 

Por fim, o BTG Pactual ressalta que o time de gestão é bastante ativo na reciclagem do portfólio, o que tem gerado valor para os cotistas por meio do ganho de capital na venda desses imóveis. Nos últimos 12 meses, o fundo teve um rendimento de 9,7%.

Pátria Renda Urbana (HGRU11)

O HGRU11 é um fundo imobiliário de tijolo gerido pelo Pátria, focado em imóveis urbanos voltados para os setores de varejo e educação. 

Segundo avaliação do BTG Pactual, o FII oferece resiliência frente a crises setoriais e potencial de valorização patrimonial. Isso porque apresenta um portfólio diversificado e estrategicamente localizado em regiões urbanas consolidadas.

Além disso, os contratos de locação são majoritariamente atípicos e corrigidos pela inflação, o que aumenta a previsibilidade dos dividendos do fundo. Dessa forma, o banco avalia que o HGRU11 é uma opção atrativa devido ao histórico consistente de distribuição de proventos.

O BTG Pactual ainda indica que a gestão ativa do FII proporciona ganhos não recorrentes na venda de imóveis, que elevam a distribuição de dividendos na ponta final. Nos últimos 12 meses, o fundo teve um rendimento de 9,2%.

Por fim, o banco avalia que a alta liquidez no mercado secundário do fundo facilita a entrada e saída de investidores.

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