Analise

Bradesco testa USDC e vê uso de stablecoins no comércio exterior como “sem volta”

O Bradesco confirmou o andamento de projeto piloto que envolve a USDC, uma das principais stablecoins do mercado. De acordo com notícia publicada pelo Valor Econômico nesta sexta-feira (27), o banco iniciou o projeto no comércio exterior.

Para viabilizar as operações, uma empresa brasileira de criptomoedas ajudará o banco a liquidar as stablecoins no mercado.

O Bradesco falou com a reportagem sobre a novidade e o diretor da área internacional e câmbio do Bradesco, Roberto Medeiros, afirmou que um exportador que atua no Brasil busca comercializar seu produto no exterior, colocando o preço em stablecoins.

O importador do outro país paga o que é pedido em moedas estáveis, e o valor cai na conta da startup brasileira que apoia o banco. Assim, eles conseguem liquidar as stablecoins por dólar, repassando ao Bradesco o valor referente na divisa norte-americana.

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Por sua vez, o Bradesco converte o dólar em Real e envia o valor para a exportadora. O diretor do banco acredita que o processo diminui custos das operações, além de uma eficiência maior do que o cenário já existente.

Testes começaram na Bolívia por demanda do mercado local

Apesar de a Bolívia ser um dos últimos países latinos a reconhecer o potencial das criptomoedas, a nova forma de trabalhar do Bradesco começou por conta de uma demanda local de agricultores bolivianos. Como eles demoravam muito para receber o valor na moeda local, a exportação se tornava um processo demorado e custoso.

Mas com a regulação das stablecoins no país, eles começaram a utilizar as moedas digitais, ganhando tempo e dinheiro. Para Roberto Medeiros do Bradesco, o uso das stablecoins no comércio internacional é um caminho sem volta, visto sua facilidade.

De olho no Brasil, o executivo teceu críticas ao atual modelo de regulação das stablecoins, proposta em consulta pública pelo Banco Central. Com pontos polêmicos, como a proibição da autocustódia de stablecoins, a limitação de envio de valores também podem impactar os bancos que operam com moedas estrangeiras.

Como as operações ocorrem apenas entre empresas com devido KYC, o banco não teme problemas com suas negociações em stablecoins como ponte entre divisas. Assim, a partir de janeiro de 2025 o banco deve começar a testar a solução com clientes.



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