Bolsa, real e juros acompanham piora em emergentes com políticas de Trump no radar
O movimento de aversão a risco nos mercados locais sofreu piora na tarde desta sexta-feira, na medida em que as políticas do futuro governo de Donald Trump nos Estados Unidos seguem no radar. Além da política mais agressiva em relação à imigração, os agentes voltam a incorporar nos preços dos ativos políticas mais protecionistas, após o jornal “Financial Times” indicar que o ex-representante comercial Robert Lighthizer, que foi o responsável por implementar as tarifas comerciais durante o primeiro governo Trump, foi convidado a retornar ao cargo.
Assim, a deterioração dos ativos domésticos se dá ao mesmo tempo em que também há uma piora em mercados emergentes que devem ser bastante afetados por uma política comercial mais protecionista do futuro governo americano. Por volta de 14h25, o dólar operava em alta de 1,93%, a R$ 5,7848, após ter ido a R$ 5,7903 na máxima do dia. Entre outros mercados emergentes, o dólar subia 2,19% contra o peso mexicano; avançava 1,33% ante o peso chileno; e tinha alta de 1,86% em relação ao rand sul-africano.
No mercado de juros, as taxas de médio prazo foram às máximas do dia e, há pouco, a do DI para janeiro de 2027 subia de 13,04% no ajuste de ontem para 13,195%, enquanto a do DI para janeiro de 2029 saltava de 12,905% para 13,045%.
O Ibovespa, por sua vez, intensificou o ritmo de queda e, no horário acima, recuava 2,03%, aos 127.052 pontos, próximo à mínima do dia. O índice também é pressionado pelas ações ordinárias da Vale, que derretem 5,87%, cotadas a R$ 59,83, em meio à frustração com a ausência de fortes estímulos à economia chinesa. A maior parte dos papéis recua na sessão, com destaque para ações ligadas a commodities: Usiminas PNA cai 6,47% e CSN recua 6,18%.
*Com informações do Valor Econômico