BC projeta inflação acima do teto da meta até o 3º trimestre de 2025 em cenário de referência
O Banco Central (BC) afirmou nesta quinta-feira que as suas projeções de inflação estão “acima do limite do intervalo de tolerância até o terceiro trimestre de 2025”, quando estará em 5,1%, “entrando depois em trajetória de declínio, mas ainda permanecendo acima da meta”.
A meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. As informações foram divulgadas pela autoridade monetária no Relatório de Inflação (RI).
- Análise: BC fará ajuste maior no PIB e já vê expansão menor ao longo de 2025
- IPCA deve subir 3,6% em 2026, projeta BC
- Análise: Copom assume disposição de desacelerar a economia para baixar a inflação
No documento, o BC destaca que, desde o RI anterior, divulgado em setembro, “as projeções de inflação subiram em todo o horizonte apresentado, aumentando assim o distanciamento em relação à meta e tornando a convergência para a meta mais desafiadora”.
Já a “significativa elevação na expectativa da taxa de juros” do setor privado, como mostra o Boletim Focus, “reflete a piora do quadro inflacionário ocorrida nos últimos meses, com o aumento das expectativas de inflação e dos seus riscos de alta, a atividade econômica mais robusta que o esperado e a elevação da taxa de juros real neutra avaliada pelos analistas”.
Outra mudança em relação a setembro foi que as condições financeiras da economia “ficaram bem mais restritivas”.
No curto prazo, até março, o BC calcula que “o repasse da depreciação cambial também deve resultar em preços de bens industriais com variações elevadas, em contexto de demanda doméstica ainda resiliente”. Também até março, a estimativa para a inflação de serviços “é de variações em patamar elevado, em contexto de mercado de trabalho aquecido e efeito maior de inércia”. No caso da política fiscal, o cenário do BC para prazos mais longos supõe “que os resultados melhoram ao longo do tempo”.
“Para as projeções, a variável considerada é o resultado primário do governo central corrigido por outliers e ajustado pelo ciclo econômico, no acumulado em 12 meses”, diz. “Supõe-se que essa variável, depois de ter terminado 2023 com déficit significativo, em parte decorrente da incorporação do pagamento do estoque atrasado de precatórios, se recupera parcialmente ao longo do tempo.”
*Com informações do Valor Econômico