Balanços positivos e bom humor externo levam Ibovespa a alta de 0,90%; dólar cai 0,90% e vai a R$ 5,57
O Ibovespa encerrou em alta firme nesta quinta-feira, com a maior parte das ações no azul, impulsionado por resultados trimestrais positivos de empresas listadas e pelo bom humor externo.
O temor de uma forte desaceleração na economia americana foi afastado, ao menos por ora, o que renovou o apetite a risco dos investidores.
Ibovespa hoje
No fim do dia, o Ibovespa subiu 0,90%, aos 128.661 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 127.515 pontos e, na máxima, os 128.793 pontos.
O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 14,95 bilhões no Ibovespa e R$ 20,18 bilhões na B3.
Entre as lideranças da sessão estão as ações ordinárias da Embraer, que subiram 9,99%, após a empresa divulgar , alta de 7,6% em comparação ao mesmo intervalo de 2023. Em seguida está a Petz ON, com ganhos de 7,01%, e Dexco ON, que avançou 5,95%.
Os papéis preferenciais e ordinários da Petrobras também subiram na sessão, com ganhos de 1,65% e 1,74%, respectivamente, em meio à alta dos preços do petróleo e a poucas horas de divulgar seu balanço. Segundo analistas, os resultados não devem surpreender, mas os investidores devem ficar atentos a um possível anúncio de distribuição de dividendos.
Apesar de surfar no bom humor global, o Ibovespa consegue se descolar um pouco quando o cenário externo se mostrou mais desafiador, como foi o caso do pregão de segunda-feira (5).
Enquanto os principais índices acionários de Nova York amargaram fortes perdas, o Ibovespa recuou apenas 0,46%. No acumulado da semana, inclusive, o Ibovespa opera em alta de 2,23%, enquanto as bolsas americanas seguem no vermelho.
“Estamos em um ‘timing’ diferente das demais bolsas”, avalia o analista Hayson Silva, da Nova Futura Investimentos. “Nos outros mercados, foi um rali liderado por papéis de tecnologia, muito pelo movimento de inteligência artificial. Nós não temos esse tipo de papel, então ficamos atrás”, diz.
O profissional ressalta que a bolsa brasileira segue muto desvalorizada, com múltiplos bastante atrativos, ou seja, a relação entre o preço de mercado por ação e o lucro por ação da companhia está menor do que poderia ser, o que deveria atrair investidores.
Em relação ao aporte estrangeiro, o analista afirma que a dinâmica de alocação global deve se inverter neste segundo semestre. “Tivemos muita saída de capital estrangeiro indo para a renda fixa americana. À medida que inicia uma flexibilização no ciclo de taxa de juros nos EUA, isso pode deixar o Brasil mais atrativo e o mercado possa ainda nesse ano o que vimos no ano passado.”
Nesse sentido, a corretora acredita que o Ibovespa deva alcançar a casa dos 140 mil pontos até o fim de 2024.
Dólar hoje
O dólar comercial encerrou a sessão de hoje no menor patamar desde o dia 22 de julho, após chegar ao seu terceiro dia seguido de queda no confronto com o real.
A moeda brasileira foi beneficiada por um amplo movimento de apetite por risco após apontarem para um mercado de trabalho saudável, afastando temores de recessão da economia americana.
O dólar à vista fechou em queda de 0,90%, a R$ 5,5741, após tocar a máxima intradiária de R$ 5,6546 e a mínima de R$ 5,5635. Já o euro comercial recuou 0,95%, a R$ 6,0851.
Contra suas moedas pares, o dólar não firmou direção única no fim da tarde, e o índice DXY exibia alta marginal de 0,01%, a 103,20 pontos, por volta de 17h15.
No mesmo horário, a moeda americana tinha forte queda de 1,81% contra o peso mexicano, mesmo depois do Banco Central do México reiniciar o seu ciclo de corte de juros . O dólar ainda cedia 0,90% contra o peso chileno e 1,33% ante o peso colombiano.
Bolsas de Nova York
O otimismo voltou a tomar conta dos mercados acionários americanos e as principais bolsas de Nova York fecharam em alta firme.
Os ganhos se deram após a divulgação dos dados semanais de pedidos de seguro-desemprego dos Estados Unidos virem abaixo das estimativas, ajudando a afastar os temores de que a economia americana esteja a caminho de uma recessão.
Em Wall Street, o índice Dow Jones teve alta de 1,76%, a 39.446,49 pontos; o S&P 500 subiu 2,30%, a 5.319,31 pontos; e o Nasdaq avançou 2,87%, a 16.660,02 pontos.
Um dos destaque positivos entre as ações foi a farmacêutica Eli Lilly, que fechou em alta de 9,48%, após exibir um balanço trimestral melhor que a expectativa do mercado. As fabricantes de chip também foram destaque, com a Nvidia e a Broadcom subindo mais de 6%.
Bolsas da Europa
Os principais índices acionários europeus encerraram a quinta-feira (8) sem direção única e próximos da estabilidade, em meio à persistência de temores sobre o estado da economia americana, mesmo após os dados de seguro-desemprego do país terem vindo abaixo do esperado.
O índice Stoxx 600 subiu 0,02%, a 496,04 pontos, o CAC 40, de Paris, caiu 0,26%, para 7.247,45 pontos, o DAX, de Frankfurt, avançou 0,37%, a 17.680,40 pontos, e o FTSE 100, da bolsa de Londres, teve queda de 0,27%, para 8.144,97 pontos.
Mais cedo, foi divulgado que os pedidos de seguro-desemprego nos EUA somaram 233 mil na semana encerrada no sábado (3), caindo em 17 mil na comparação com o número da semana anterior. O resultado ficou abaixo dos 240 mil pedidos esperados por analistas consultados pelo “Wall Street Journal”.
O número afastou parte dos temores de que o país possa entrar em recessão e que geraram turbulência nos mercados globais no início da semana. Contudo, ainda há instabilidades.
“O resultado final é que os mercados poderão sentir os efeitos do choque de segunda-feira [5] por várias semanas. Entretanto, os fundamentos não estão alinhados com um grande mercado em baixa neste momento”, disse a Ned Davis Research, em nota.
“Não me surpreenderia nem um pouco se víssemos outra queda nos mercados. Eles estão apenas tentando encontrar seu caminho”, disse Thorne Perkin, presidente do escritório multifamiliar Papamarkou Wellner Perkin.
No front corporativo, os balanços seguiram no foco. A Siemens foi um dos destaques do dia, subindo mais de 2%, após registrar um lucro trimestral acima do esperado.
Com informações do Valor Econômico