Ações

AZUL4 sobe 14% com possível renascimento

A lista de ações em alta da bolsa de valores hoje é liderada pela Azul, que subiu 14%. Assim, a aérea transforma as movimentações quanto ao acordo com seus credores em recuperação de suas ações.

Mas o caminho ainda é longo para um renascimento. A empresa vinha despencando aceleradamente na bolsa ao longo de 2024, com perdas de 60% no ano. Ainda assim, há um otimismo no mercado com relação às ações da Azul.

Ações em alta nesta segunda-feira (28)

EmpresaAtivoÚltima cotação (R$)Variação no fechamento (%)
AzulAZUL46,1113,99
IRBIRBR344,166,8
BRFBRFS325,564,71
JBSJBSS336,074,19
Grupo UltraUGPA320,934,13
Magazine LuizMGLU39,473,72
BraskemBRKM517,943,52
RumoRAIL319,83,02
Rede D’orRDOR329,962,88
CVCCVCB32,142,88

Otimismo é justificado?

A alta de dois dígitos das ações da Azul no pregão desta segunda é resultado de um “otimismo justificado”. A avaliação é de Robert Machado, analista da CM Capital.

“O acordo trará um grande alívio para o fluxo de caixa corrente oxigenando e melhorando a capacidade de pagamento no curto prazo”, avalia.

Qual foi o acordo?

A Azul anunciou nesta segunda-feira (28) acordos com seus atuais detentores de títulos de dívida de até US$500 milhões em recursos adicionais.

“Esse acordo fortalece consideravelmente a liquidez e a posição financeira da Azul”, disse a empresa.  

Além disso, a companhia “e cristaliza o acordo previamente anunciado com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (OEMs) para eliminar as obrigações de equity em troca de 100 milhões ações preferenciais AZUL4”, acrescentou a Azul em comunicado.

O que chamo a atenção do mercado no acordo da AZUL4?

O Santander viu os termos do acordo como “positivos para a Azul”. Assim, o banco entende que haverá um “alívio no fluxo de caixa”, enquanto a diluição patrimonial aconteceu a um valoe “acima do preço de tela”.

Se o dólar perder força, a perspectiva passa a ser ainda mais positiva à Azul, “ao aliviar mais a pressã osobre a margem operacional, impactando positivamente o resultado”, defende Hayson Silva, analista da Nova Futura.

O analista entende que a Azul foi “bem-sucedida” na iniciativa e destacou a “captação de recursos usando a Azul Cargo como garantia e acesso a crédito via Fnac (Fundo Nacional da Aviação Civil).

O Fnac é uma medida do Ministério de Portos e Aeroportos, aprovada no Congresso em agosto, que prevê R$ 5 bilhões em crédito para companhias aéreas.

Com essas medidas, Silva diz que espera que a Azul melhore sua estrutura de capital e liquidez, podendo reduzir a alavancagem.

Ações da Azul podem reverter queda de 60% no ano?

A Azul segue registrando resultados frustrantes em 2024. As ações perderam cerca de 60% do seu valor de mercado desde janeiro.

“No curto prazo o incêndio foi apagado, agora é trabalhar para a retomada da empresa ser de fato perene”, diz Alves.

Nesse sentido, “só o acordo não será capaz de reverter tamanha desvalorização dos ativos no ano”, avalia Machado, da CM.

O analista diz que os investidores esperam que a Azul melhore sua eficiência operacional, reduza custos e assim, aumente a margem líquida.

“Todos estes dados deveram ser ratificados nos próximos balanços, para que o investidor tenha evidências e volte a comprar ações da companhia”, acrescenta.

Ele diz ainda que “faltam evidências clara do posicionamento da empresa frente aos desafios que vem enfrentando. Tecnicamente, o viés para o ativo ainda é baixista”.

‘Caixa é rei’

O fôlego extra para a companhia era fundamental para o respiro no fluxo de caixa. “Vale lembrar que caixa é rei”, destaca Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais.

“Empresas não vão a falência por falta de patrimônio, mas por falta de caixa, e o grande temor do mercado era que a empresa caminhasse para o Chapter 11”, acrescenta Alves.

De queridinha a candidata a Chapter 11

Alves lembra que, antes da pandemia, a Azul era uma das queridinhas do mercado. Os papéis da companhia chegaram a bater R$ 61, dez vezes mais que o valor atual.

Nesse ambiente, “a deterioração financeira” foi “imposta a todas as companhias áreas no mundo”, segundo Alves.

Embora reconheça que o caminho da retomada não seja simples, o especialista diz que “dentre as empresas do setor, a Azul é a que tem a gestão mais preparada para a missão”.

Preço-alvo para as ações da Azul

Os analistas do Bradesco BBI mantiveram a recomendação de compra para as ações da Azul. Nesse sentido, o preço-alvo é de R$ 20,00 contra os R$ 6,11 do fechamento desta segunda-feira.

Da mesma maneira, o BTG manteve avaliação. Contudo, o banco tem recomendação neutra, com alvo em R$ 17,00.

A Nova Futura prevê os papéis alcançando R$ 9.

Já a CM tem preço-alvo em R$ 9,20.

Perdas: Hypera volta a despencar

Por outro lado, entre os destaques negativos dessa segunda-feira, a maior queda do dia vai para Hypera, com recuo de mais de 8%.

A empresa vem desidratando aceleradamente na bolsa.

Isso acontece em meio a proposta de compra da SEM, classificado como “hostil” por Alves.

Nesse sentido, a novela ganhou um novo capítulo com a possível compra de mais ações da companhia por parte do controlador, João Alvez de Queiroz Filho, o Junior.

Assim, o controlador chegaria a um total de 50% das ações, informação ainda não confirmada. Contudo, a mera especulação no mercado financeira já significa mudanças de fato. E isso tudo ajudou a empurrar a Hypera para baixo mais uma vez.

Ações em queda

EmpresaAtivoÚltima cotação (R$)Variação no fechamento (%)
HyperaHYPE323,92-8,7
PrioPRIO340,95-1,68
Brava EnergiaBRAV316,8-1,35
EmbraerEMBR348,94-1,25
Pão de AçúcarPCAR33,14-0,95

Por fim, os rankings contêm apenas ações do Ibovespa. As cotações foram apuradas entre as 17h32 e as 17h36.

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