Azul reverte prejuízo e tem lucro líquido de R$ 121,2 milhões no 3º trimestre
A Azul fechou o terceiro trimestre de 2024 com um lucro líquido contábil de R$ 121,2 milhões, contra perda de R$ 1,61 bilhão um ano antes.
Excluindo o direito de conversão relacionado às debêntures, o lucro foi de R$ 360,3 milhões, revertendo as perdas de R$ 1,28 bilhão no mesmo período do ano passado. Considerando os ajustes por fatores não recorrentes, como efeitos cambiais, a empresa teve um prejuízo líquido de R$ 203 milhões, queda de 76,3% nas perdas em igual base de comparação.
No geral, a empresa tem sido sustentada pela força na demanda. A receita da companhia totalizou R$ 5,129 bilhões, alta de 4,3% na comparação anual e um recorde para o grupo.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 1,65 bilhão, alta de 6% e também recorde. A margem Ebitda foi de 32,2%, alta de 0,5 ponto percentual.
No mês foram transportados 8,091 milhões de passageiros, alta de 3,8% na comparação anual. A oferta da aérea (medida em assentos disponível por km, ou ASK) saltou 3,7%. Enquanto isso a demanda (medida em receita por km disponível, ou RPK) subiu 4,3%.
A Azul fechou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 24,49 bilhões, queda de 0,5% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
No comunicado de resultados, a Azul destacou a negociação recente fechada com bondholders para levantar cerca de US$ 500 milhões, assim como a conversão de dívida dos arrendadores em participação acionária.
A empresa lembrou que o recurso captado vai ser liberado em tranches e que parte deles ainda dependerá de algumas métricas de performance a ser alcançada pela empresa. “A Azul está negociando ativamente com parceiros comerciais para garantir as concessões adicionais necessárias para cumprir todos os aspectos dessas transações”, disse a Azul.
A empresa divulgou alguns detalhes da negociação e liberou ainda indicadores pró-forma do efeito sobre o balanço no terceiro trimestre – o grupo ainda terá de avançar com algumas questões borocráticas, como a conversão de dívida para ações, o que deve levar mais uns três meses para de fato ser concretizado.
Considerando indicadores pró-forma, o endividamento da empresa no terceiro trimestre teria sido reduzido de R$ 30,298 bilhões para R$ 24,9 bilhões – um corte de R$ 5,368 bilhões em dívidas. Com isso, a empresa sairia de uma alavancagem (considerando o Ebitda) de 4,8 vezes para 3,8 vezes.
“Fizemos um progresso incrível nos últimos meses, e ainda há muito trabalho a ser feito. Estamos realmente preparando a Azul para o sucesso a longo prazo, com um modelo de negócios único, lucratividade e geração de caixa crescentes e um balanço otimizado. À medida que nos aproximamos do pico do verão brasileiro, esses desenvolvimentos nos dão confiança e otimismo em nosso desempenho daqui para frente”, disse John Rodgerson, CEO da Azul, em nota publicada com o balanço.
*Com informações do Valor Econômico