Aumento de ROE importa mais que volume, diz copresidente da Cyrela
O crescimento de 4,8 pontos percentuais no retorno sobre o patrimônio líquido anualizado da Cyrela, para 17,6%, levou o indicador para o patamar esperado pela companhia, disse Raphael Horn, copresidente da incorporadora, durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre.
Questionado sobre o volume de lançamentos esperado para 2025, o executivo afirmou que a empresa não se planeja dessa forma, mas de acordo com os terrenos que escolhe comprar. Segundo ele, é algo “de baixo para cima”. Horn afirmou, ainda, que aumentar o retorno patrimonial é “muito importante” para a empresa, mas que “o volume não é”.
Os maiores riscos ao negócio, na sua visão, não vêm de problemas com o repasse das vendas ao financiamento imobiliário ou problemas de construção, mas macroeconômicos, como a economia desacelerar demais. “O grande risco para 2025 é o Brasil, o fiscal, os juros”.
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Perguntado se estaria mais animado com o mercado carioca, já que a Cyrela comprou terrenos na cidade no trimestre, Horn afirmou que as compras são de ocasião. “Não estamos animados nem com o Brasil, com o Rio ou com o futuro”, disse. “Tudo é difícil e a gente não se anima.”
Miguel Mickelberg, diretor-financeiro da Cyrela, afirmou que mudanças na disponibilidade no custo do “funding” do setor não devem mudar a estratégia do negócio para o ano que vem. A companhia, que acumulou até setembro R$ 198 milhões em geração de caixa, espera atingir uma geração de R$ 300 milhões a R$ 500 milhões em 2025. A margem bruta estimada, para o futuro, deve ficar entre 32% e 34%, afirmou o diretor-financeiro. No terceiro trimestre, foi de 33,3%.
Por causa da geração de caixa deste ano, a Cyrela vai se reunir no início de dezembro e discutir a possibilidade de pagamento extraordinário de dividendos, afirmou Mickelberg, “em volume relativamente pequeno”. A ideia da companhia é mais de distribuir dividendos do que fazer recompras de ações, disse Horn, ressaltando que isso pode mudar.
A Cyrela possui a fintech CashMe, focada em “home equity”, o empréstimo com garantia em imóvel. Segundo Horn, o negócio está chegando no ROE esperado, mas tem uma operação de difícil crescimento, com muita competição. A empresa tem hoje um patrimônio líquido de cerca de R$ 500 milhões. “Não vamos ter R$ 10 bilhões de carteira”, disse o executivo.
*Com informações do Valor Econômico