Alexandre de Moraes detalha plano para executá-lo
Ao autorizar a Operação Contragolpe deflagrada pela Polícia Federal (PF), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou haver “robustos e gravíssimos indícios” de que os cinco presos nesta terça-feira contribuíram para o planejamento de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Quatro dos presos são militares e um é policial federal. O plano incluía “técnicas militares e terroristas” para a “detenção ilegal e possível execução” do próprio Moraes, que era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, “além de possível assassinato” de Lula e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Segundo o ministro, a PF mostrou “de maneira absolutamente detalhada” a participação de todos os suspeitos em duas ações, batizadas de “Copa 2022” e “Punhal verde e amarelo”, destinadas à execução da empreitada criminosa.
“Os elementos trazidos aos autos comprovam a existência de gravíssimos crimes e indícios suficientes da autoria, além de demonstrarem a extrema periculosidade dos agentes, integrantes de uma organização criminosa, com objetivo de executar atos de violência, com monitoramento de alvos e planejamento de sequestro e, possivelmente, homicídios do então Presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin”, escreveu Moraes na decisão.
Segundo o ministro, “os elementos de prova colhidos até o momento revelam a extrema periculosidade e destreza dos agentes representados, que se valeram de recursos tecnológicos para a troca de informações criminosas”.
Como plano foi descoberto
De acordo com Alexandre de Moraes, a descoberta dessas informações só foi possível em razão da realização de medidas de busca e apreensão anteriormente autorizadas pelo STF. Parte do material foi colhido na operação deflagrada em fevereiro pela PF, denominada “Tempus Veritatis”.
Ao justificar a determinação da prisão dos investigados, Moraes afirmou ainda que a Polícia Federal conseguiu levantar “provas robustas”, que apontam que eles “concorreram para o processo de planejamento e execução de um golpe de Estado, que não se consumou por circunstâncias alheias às suas vontades”.
Moraes disse ainda que a investigação identificou indícios de que o “aparato público-militar foi utilizado na empreitada criminosa”, como o uso de pelo menos um veículo oficial do Batalhão de Ações de Comandos do Exército.
Ele, então, afirmou ser “essencial” apurar o motivo e as circunstâncias que motivaram o deslocamento desse veículo em 15 de dezembro de 2022 e em outros dias relacionados aos fatos investigados. Essa é a data em que, provavelmente, Moraes seria capturado.
Com informações do Valor Econômico