Um estudo publicado pela a16z, empresa de capital de risco, mostra que a adoção das criptomoedas já chegou a 220 milhões de endereços ativos mensalmente. Como comparação, eles apontam que esses números estão repetindo a história da internet nos anos 90.
Chamado de “O Estado das Criptomoedas”, o relatório cobre diversas áreas do setor, desde stablecoins, preferência de rede por desenvolvedores, eleições, inteligência artificial e até mesmo a evolução das criptomoedas em termos tecnológicos.
O Brasil é brevemente citado em um dos gráficos, aparecendo entre os países que mais usam criptomoedas em dispositivos móveis. Na liderança aparecem os EUA, seguidos pela Índia e Argentina.
Adoção das criptomoedas está crescendo, aponta relatório
O primeiro destaque do relatório da a16z é justamente a crescente adoção das criptomoedas no mundo. No total, existem mais de 220 milhões de endereços ativos mensalmente, um recorde.
“A explosão de atividade é principalmente devido ao Solana, que representou cerca de 100 milhões de endereços ativos.”
“Em seguida, estão NEAR (com 31 milhões de endereços ativos), a popular rede L2 da Coinbase, Base (22 milhões), Tron (14 milhões) e Bitcoin (11 milhões)”, aponta o texto. “Das blockchains compatíveis com a Ethereum Virtual Machine (EVM), a segunda mais ativa após a Base foi a BNB Chain da Binance (10 milhões), seguida por Ethereum (6 milhões).”
Como pode ser observado no gráfico acima, os dados são muito semelhantes ao crescimento no número de usuários da internet no início dos anos 90. A expectativa é que a marca de 1 bilhão seja atingida em 2031.
Stablecoins processaram mais dinheiro que a Visa
Outro dado que chama atenção é o crescimento das stablecoins. Segundo o relatório, embora as stablecoins processem menos transações que a Visa, elas já processam um volume líquido duas vezes maior que a gigante dos cartões.
“As stablecoins facilitam a transferência de valor. Elas totalizaram US$ 8,5 trilhões em volume de transações em 1,1 bilhão de transações no segundo trimestre de 2024, encerrado em 30 de junho.”
“Os volumes de transações de stablecoins mais do que dobraram os US$ 3,9 trilhões em transações da Visa no mesmo período”, aponta o teto. “O fato de que as stablecoins entraram na mesma conversa que serviços de pagamento tão conhecidos e consolidados como Visa, PayPal, ACH e Fedwire é um testemunho notável de sua utilidade.”
Comparando os meios de pagamento, a a16z nota que a preferência pode estar ligada aos custos de transação. Isso porque uma transferência internacional tradicional custa US$ 44, caindo para US$ 1 na rede Ethereum e menos de 1 centavo de dólar na Base.
Outro ponto mencionado é que 99% do valor de mercado das stablecoins está em dólar. Já no mercado tradicional, o dólar é responsável por apenas 58% das reservas internacionais.
Tecnologia blockchain está evoluindo
Na sequência, o estudo destaca que as blockchains estão escalando, processando 50x mais transações por segundo do que faziam há quatro anos. Dentre os nomes mencionados estão soluções de segunda camada do Ethereum.
Outra tecnologia mencionada são as provas de conhecimento zero (ZK), que promete trazer escalabilidade, privacidade e interoperabilidade para as criptomoedas.
“A tecnologia ZK é extremamente promissora, pois abre novos caminhos para computação blockchain barata e verificável para desenvolvedores.”
“No entanto, as máquinas virtuais baseadas em ZK (zkVMs) ainda têm um longo caminho a percorrer antes de conseguirem igualar o desempenho dos computadores tradicionais — uma observação que é uma lição de humildade”, aponta o texto.
Interesse por Inteligência Artificial e criptomoedas estão andando juntos
Por fim, o estudo também nota que as pessoas interessadas por inteligência artificial também estão acompanhando o setor de criptomoedas. Ou seja, um sinal de que essas duas indústrias podem ficarem cada vez mais interconectadas no futuro.
“A IA é uma das tendências mais quentes deste ano, não apenas na tecnologia de forma geral, mas também especificamente no setor de criptomoedas.”
“A IA é um dos tópicos mais comentados entre influenciadores de criptomoedas nas redes sociais”, segue o texto. “Talvez mais surpreendente seja o grande cruzamento entre visitantes de chatgpt.com e visitantes dos principais sites de criptomoedas, indicando fortes laços entre os usuários de cripto e IA.”
Segundo o estudo, os próprios desenvolvedores estariam usando essas soluções de IA, independente de qual setor estejam focados.
Em relação aos setores, DeFi segue no topo, seguido por stablecoins, infraestrutura, tokens, corretoras descentralizadas, jogos, NFTs e, por fim, redes sociais. Ethereum continua sendo a blockchain preferida dos devs, seguida por Solana e Base.
O relatório completo pode ser lido de graça no site da a16z, que explora outros tópicos como as eleições americanas e o crescimento exponencial dos mercados de previsão financiados por criptomoedas.
