Bolsa e dólar

Ações das Lojas Renner (LREN3) sobem quatro vezes mais que Ibovespa desde o balanço do 2T24 — e este banco vê espaço para mais

O setor do varejo como um todo vem sofrendo desde o fim da pior fase da pandemia de covid-19. Altas taxas de juros, concorrência com os sites asiáticos e mudanças no padrão de consumo devido às alterações climáticas são alguns dos fatores que pegaram empresas do setor no pé contrário — e com a Lojas Renner (LREN3) não foi diferente.

Mas, na visão de analistas do JP Morgan, as estrelas voltaram a se alinhar para a varejista de roupas, que chegou a ser negociada 70% abaixo de suas máximas históricas no começo deste ano. 

Porém, a varejista voltou a recobrar o rumo dos negócios, especialmente após apresentar lucro 37% maior no segundo trimestre deste ano. Desde aquele dia, as ações LREN3 sobem cerca de 20%, o que representa quatro vezes mais que a valorização de 5% do Ibovespa no mesmo período — e o banco norte-americano enxerga espaço para mais. 

O JP Morgan reiterou a recomendação overweight — equivalente à compra — para os papéis da Renner, porém elevou o preço-alvo até dezembro de 2025 de R$ 19,00 para R$ 21,00. Isso representa uma alta potencial de quase 24% em relação às cotações de encerramento do pregão da última segunda-feira (2). 

No pregão desta terça-feira (3), as ações LREN3 são negociadas a R$ 17,50 por volta das 10h30, uma alta de 3,30%. 

Veja a seguir os argumentos dos analistas para essa valorização: 

NA CONTA DOS INVESTIDORES

Lojas Renner (LREN3): fim da tempestade

São três linhas principais que chamaram a atenção dos analistas do JP Morgan. 

O primeiro ponto positivo é a melhoria de curto prazo de indicadores macroeconômicos. Isso porque dados recentes mostraram uma queda no desemprego e uma inflação relativamente menor, o que tende a favorecer o consumo. 

Esse cenário ainda contribui para uma menor inadimplência do consumidor. Também é destacado que a taxa sobre importações, popularmente chamada de “imposto das blusinhas”, deve favorecer a concorrência contra as varejistas asiáticas.

O segundo ponto destacado pelos analistas é a abertura de novas lojas Renner de maneira mais acelerada do que a concorrência. Isso deve gerar uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 9% em 5 anos, nas estimativas do banco. 

Por último, a Renner vem restringindo a política de crédito nos últimos dois anos — muito devido aos altos índices de inadimplência registrados após ter uma estratégia de maior oferta de empréstimos do tipo. 

“Ainda assim, após uma limpeza e fortalecimento da carteira de empréstimos e foco voltado a produtos de marca própria, os índices de inadimplência estão bem comportados e a Renner provavelmente aumentará novamente a penetração de seu próprio crédito nas vendas no varejo”, escrevem os analistas. 

Na ponta do lápis

De acordo com os números do mais recente balanço, o índice de alavancagem financeira da Renner passou de 11,71% em dezembro de 2023 para 11,12% em junho de 2024, o que é visto com bons olhos pelos analistas. 

Além disso, no segundo trimestre de 2024, o resultado dos serviços financeiros foi positivo em R$ 34,8 milhões, revertendo a perda de R$ 53 milhões no mesmo período do ano anterior. Veja os destaques do balanço do segundo trimestre aqui. 

Assim, os analistas do JP Morgan enxergam que a varejista deve passar a ser negociada a 12x P/E (relação preço/lucro, que avalia se uma ação está “barata”) até o fim de 2025 com o preço-alvo de R$ 21,00.

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