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Ações da Boeing pesam em Nova York na esteira de acidente aéreo na Coreia do Sul

No último dia de pregão do ano, as bolsas dos Estados Unidos acordaram de mau humor. Uma das culpadas foi a Boeing (BA), cujas ações caem mais de 2% nesta segunda-feira (30) na esteira do acidente na Coreia do Sul, que matou 179 dos 181 passageiros a bordo. 

A aeronave B737-800, operada pela companhia Jeju Air, deslizou para fora da pista no domingo (29) e explodiu ao colidir com um muro no Aeroporto Internacional de Muan — e já está sendo considerado o acidente aéreo mais trágico da história do país. 

Segundo a AP, os vídeos do acidente mostraram que o avião estava sofrendo com suspeita de problemas no motor. No entanto, a falha no trem de pouso foi provavelmente a principal razão para o acidente.

Agora, o governo sul-coreano ordenou uma inspeção de segurança de todas as aeronaves do tipo 737-800 operadas pelas companhias domésticas, afetando diretamente as ações da fabricante norte-americana.

Por volta de 15h25, os papéis BA caíam 2,05%, a US$ 177. No ano, esses ativos também não performam bem. Ainda de caminhem para fechar dezembro com ganho de 14%, no acumulado de 2024, a ação da Boeing registra queda de 32%.

Por aqui, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) também operam em baixa: -2,10%, a R$ 1.095,36. Em dezembro, os ativos acumulam alta de 17,5%, mas perdem 13,4% no ano. 

Seguindo as regras da aviação global, a Coreia do Sul vai liderar uma investigação civil sobre o acidente, envolvendo também o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos, onde o avião foi projetado e construído.

A Boeing e a Administração Federal de Aviação também irão participar.

Em comunicado à CNBC, a companhia norte-americana declarou estar em contato com a Jeju Air em relação ao voo 2216. 

“Estamos prontos para apoiá-los. Enviamos nossas mais profundas condolências às famílias que perderam entes queridos e nossos pensamentos estão com os passageiros e a tripulação.”

Acidente na Coreia da Sul se junta a outras crises da Boeing

O B737-800 é um dos aviões de passageiros mais utilizados no mundo, com um histórico de segurança geralmente sólido. Na Coreia do Sul, o modelo faz parte da frota principalmente das companhias de baixo custo.

A Jeju Air é a maior operadora desse tipo de aeronave no país, com 39. Já a Korean Air, que é a maior companhia aérea sul-coreana, tem dois deles na frota.

Apesar da semelhança no nome, o modelo não deve ser confundido com os 737 Max, que estiveram envolvidos em dois acidentes fatais em 2018 e 2019 e resultaram na morte de 346 pessoas. 

Em 5 de janeiro deste ano, um voo de um 737 Max 9 da Alaska Airlines foi forçado a fazer um pouso de emergência, quando um painel e uma janela estouraram em pleno voo.

Essa sequência de acidentes levantou uma questão crucial para o negócio de uma fabricante de transporte aéreo: seus modelos, afinal, eram realmente seguros?

Após tantas mortes, a empresa não só reduziu a produção — e, consequentemente, as vendas —, como enfrentou a pressão de consumidores que se negavam a voar em aeronaves da companhia, além da desconfiança de investidores em relação ao futuro do negócio. 

No terceiro trimestre de 2024, a Boeing registrou um prejuízo de US$ 6,17 bilhões, bem maior do que o registrado em igual período do ano anterior, de US$ 1,64 bilhão. Nesta reportagem, o Seu Dinheiro explorou 5 motivos que explicam esse resultado negativo.

* Com informações da CNBC, Market Watch e AP.

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