Ações da Azul disparam com acordo para obter US$ 500 milhões em recursos
Os papéis da Azul passam por um dia de forte alta hoje com a notícia de que a aérea conseguiu formalizar um acordo com credores para a obtenção de US$ 500 milhões em recursos adicionais. Por volta das 11h25, as ações preferenciais da Azul (AZUL4) subiam 9,89%, a R$ 5,89, sendo que, na máxima do dia, chegaram a bater R$ 5,97. Com isso, o valor de mercado da companhia saltou para R$ 1,98 bilhão. A última vez em que a empresa registrou valor de mercado ultrapassou R$ 2 bilhões foi em 21 de outubro.
Segundo a Azul, os “bondholders”, que são os detentores de títulos, concordaram em fornecer o capital em nova dívida com garantias prioritárias, sendo US$ 150 milhões liberados nesta semana e US$ 250 milhões antes do fim do ano, além de um potencial para desbloquear US$ 100 milhões adicionais.
A primeira tranche terá vencimento em 90 dias, período em que a Azul precisa atingir certas condições, que não foram detalhadas pela empresa. Apenas após isso é que haverá a liberação das tranches seguintes.
O acordo ainda fornece uma estrutura para uma potencial conversão faseada dos títulos da dívida atual com vencimento em 2029 e 2030 em ações. A possível conversão de até US$ 800 milhões em dívida está condicionada à melhoria de US$ 100 milhões por ano no fluxo de caixa.
A assinatura do pacto com arrendadores e fabricantes de peças, anunciada no início do mês, foi atualizada para incluir agora 98% das obrigações da Azul. A redução de R$ 3,1 bilhões em compromissos será feita por meio da troca por 100 milhões em novas ações preferenciais da companhia.
Segundo os analistas do Bradesco BBI, a Azul afasta de vez a possibilidade de uma recuperação judicial com o anúncio de emissão de US$ 500 milhões em dívida e acordo com 98% dos seus arrendadores para conversão de dívidas em ações.
Para os especialistas Victor Mizusaki e André Ferreira, do BBI, a injeção de novos recursos vai eliminar a necessidade da Azul de levantar mais dinheiro até 2026 e dará flexibilidade à liquidez da companhia. A casa tem recomendação de compra da empresa, com preço-alvo em R$ 20.
*Com informações do Valor Econômico