Bolsa e dólar

A seca de IPOs não abalou: captação chega a recorde de R$ 96 bilhões em julho — e a “culpa” não é só das debêntures

Ainda que o mercado aguarde com ansiedade uma reabertura da janela de aberturas de capitais na B3, a seca de IPOs não abalou a captação de recursos no mercado de capitais brasileiro — que chegou ao recorde de R$ 96 bilhões em julho, o maior volume mensal na série histórica iniciada em 2012, de acordo com a Anbima.

No acumulado dos sete primeiros meses de 2024, as ofertas chegaram à máxima histórica de R$ 435,1 bilhões.

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Consideradas as estrelas das captações neste ano, as debêntures continuaram se destacando, com R$ 50,1 bilhões em emissões em julho — o maior patamar da série histórica, considerando qualquer mês. 

O resultado elevou a cifra anual para R$ 256,8 bilhões, montante que já supera todo o ano de 2023, quando a captação chegou a R$ 236,3 bilhões.

Além das debêntures

Entretanto, as debêntures não foram as únicas responsáveis pelo recorde de captações das empresas em julho.

“Com a Selic em dois dígitos e a perspectiva de seguir assim até o final do ano, o ambiente continua propício para a renda fixa, com o desempenho sendo puxado por vários instrumentos”, afirmou Guilherme Maranhão, presidente do fórum de estruturação de mercado de capitais da Anbima. 

Entretanto, as empresas também movimentaram o mercado de renda variável com ofertas subsequentes de ações (follow-ons) com R$ 17 bilhões em captação em junho, no maior volume mensal nos últimos 24 meses.

Foto: Reprodução/Anbima

“Em julho, tivemos um volume considerável na renda variável, mas, neste caso, com a maior parte concentrada em uma operação específica que não necessariamente reflete o apetite de mercado”, acrescentou.

Já nos investimentos híbridos, as ofertas de FIIs (fundos de investimento imobiliário) chegaram a R$ 4,4 bilhões em julho, elevando o volume do acumulado do ano para R$ 31,1 bilhões.

Ainda do lado da renda fixa, as notas comerciais captaram R$ 11,4 bilhões em julho e R$ 24,4 bilhões no acumulado do ano.

Já os FIDCs (fundos de investimento em direitos creditórios) e os CRIs (certificados de recebíveis imobiliários) captaram R$ 38,6 bilhões e R$ 34,7 bilhões no acumulado do ano, respectivamente.

Por sua vez, os CRAs (certificados de recebíveis do agronegócio) somaram R$ 25,4 bilhões.

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