A medalha de ouro vai para… a cotação do ouro
O ouro há milênios fascina e seduz a humanidade com sua aura mística e histórica. A commodity passou de símbolo espiritual nas civilizações antigas, como os egípcios e os incas, para um importante instrumento econômico.
No século XIX, o padrão-ouro trouxe estabilidade cambial. Com isso, veio o acordo de Bretton Woods em 1944, que vinculou as moedas ao dólar e o dólar ao ouro.
Após o fim desse acordo na década de 1970, o ouro deixou de ser uma referência monetária. Então, passou a ser tratado como uma mercadoria. Portanto, sujeito às flutuações do mercado e às influências de diversos setores como tecnologia e joalheria.
Coadjuvante valioso
Porém, o ouro hoje já não desempenha o papel central que teve no passado como ativo financeiro. Antes, foi durante muito tempo praticamente a única ferramenta de proteção contra riscos globais.
Ele não gera fluxo de caixa e não paga dividendos. Ainda assim, em tempos de crescimento econômico e taxas de juros elevadas, pode se tornar uma escolha menos atrativa.
Além disso, atualmente os mercados de derivativos oferecem excelentes alternativas de proteção. Contudo, seu valor ainda está firmemente ligado à sua capacidade de preservar riqueza e oferecer diversificação, especialmente em momentos de grande incerteza e volatilidade.
Isso faz da commodity uma coadjuvante valioso em uma carteira de investimentos, mas dificilmente o protagonista.
Recentemente, a cotação do ouro tem conquistado sucessivas máximas históricas, rompendo a barreira dos US$ 2.500 por onça. Esses novos recordes mostram que, em tempos de incertezas globais, o ouro ainda é visto como um refúgio seguro.
Importância da diversificação
No entanto, mesmo com essa valorização impressionante, é fundamental lembrar que o ouro, por si só, não é suficiente para garantir simultaneamente proteção e rentabilidade para um portfólio ao longo do tempo.
Para investidores que buscam proteção, o ouro é uma ferramenta eficaz, mas está longe de ser a única. Uma carteira bem diversificada, especialmente com a inclusão de ativos internacionais, pode oferecer um nível de proteção ainda maior e mais eficiente.
Ativos como títulos de renda fixa de países desenvolvidos ou ações de empresas globais proporcionam uma combinação mais equilibrada de risco e retorno no longo prazo. Além disso, trazem a vantagem de gerar juros ou dividendos—algo que o ouro, por sua própria natureza, não oferece.
É fato que o ouro ganhou a medalha de ouro em rentabilidade recente. Entretanto, é bom lembrar que no pódio dos investimentos, a diversificação é quem realmente leva o ouro, a prata e o bronze.