Bolsa e dólar

A Disney ficou mais longe: Dólar sobe 1,5%, vai a R$ 5,8604 e fecha no segundo maior valor da história; Ibovespa cai 1,23% e perde os 129 mil pontos

Depois de operar em trajetória de alta durante o todo, o dólar chegou à sexta alta consecutiva nesta sexta-feira (1), com o mercado repercutindo mais uma vez a questão fiscal, novos dados de atividade econômica e as eleições presidenciais americanas. 

A moeda americana fechou em alta de 1,53%, a R$ 5,8604 — o maior nível em quase quatro anos e meio. A maior alta até então havia sido no fechamento de 13 de maio de 2020, início da pandemia. Naquele dia, encerrou a R$ 5,900. 

A cotação de hoje também é a maior desde que o plano real foi implantado, em 1994.

Na última sessão, a divisa americana subiu 0,31%, aos R$ 5,781 — um dos maiores níveis de fechamento desde 2021. Na semana, o câmbio teve uma valorização de 2,88%.

Ibovespa destoa do exterior e fecha em queda

Já o Ibovespa foi na contramão dos mercados no exterior. O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 1,23%, aos 128.120,75 pontos. 

O mercado seguiu preocupado com a evolução da dívida pública e a possibilidade de o governo federal não conseguir cumprir a meta de déficit zero em 2024.

Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve fazer o anúncio do corte nas despesas depois de voltar da Europa, aumentando a ansiedade e incertezas no mercado.

O mercado também repercutiu os dados da produção industrial brasileira, que acelerou em setembro a 1,1% na comparação com o mês anterior, quando houve alta de 0,2%, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Além disso, a eleição norte-americana injetou incerteza nas bolsas como um todo. Isso porque Kamala Harris e Donald Trump seguem empatados dentro da margem de erro nas pesquisas eleitorais. A eleição acontece no próximo dia 5. 

Além da aproximação das eleições americanas, os dados de atividade econômica reacenderam as dúvidas sobre a condução das taxas de juros nos próximos meses.

Os Estados Unidos criaram 12 mil postos de trabalho no mês passado, de 223 mil vagas criadas em setembro. Essa foi a criação de postos de trabalho mais fraca do que a esperada para outubro e o menor ganho mensal desde dezembro de 2020.

Apesar do relatório mostrar que a taxa de desemprego no país se manteve em 4,1% no mês, os investidores reagiram com a percepção de um mercado de trabalho mais enfraquecido, em uma reversão do que vinha se projetando nas sessões anteriores.

Com isso, o mercado aumentou as apostas de que o Federal Reserve deve cortar os juros em 25 pontos-base na próxima reunião, o que levaria à faixa de 4,50% a 4,75% ao ano. 

Bolsas lá fora

Em Wall Street, os principais índices também fecharam em alta após a liquidação do dia anterior, com os fortes lucros do balanço da Amazon no 3T24 ajudando a compensar a frustração do mercado com a queda no crescimento do emprego nos Estados Unidos.

Mesmo assim, Dow Jones fechou em alta de 0,69%, aos 42.052,19 pontos. Já o S&P 500 subiu 0,41%, aos 5.728,80. O índice Nasdaq teve alta de 0,80, aos 18,239.92 pontos. 

Apesar do avanço, os índices terminaram a semana em tom negativo. S&P 500 recuou 1,4%, Dow Jones caiu 0,2% e Nasdaq acumulou baixa de 1,5% nos últimos cinco pregões.

Logo após a divulgação do payroll, o retorno dos Treasurys chegou a cair, mas voltaram a subir no fim da tarde. O retorno dos títulos de 2 anos subia a 4,208%, o do título de 10 anos avançava 4,378% e o do título de 30 anos subia a 4,572%. Na máxima intraday, o retorno do título 10 anos chegou a tocar o maior nível desde o começo de julho.

Na Europa, as bolsas fecharam em alta devido ao clima de apetite por risco e a baixa nos juros de títulos americanos e europeus, após o relatório payroll.

O FTSE 100, de Londres, avançou 0,83%, aos 8.177,15 pontos. O CAC 40, de Paris, subiu 0,80%, encerrando em 7.409,11 pontos. E o DAX, referência em Frankfurt, teve alta de 0,93%, a 19.252,31 pontos.

*Com informações do Money Times e Estadão Conteúdo

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