Indústria de cerveja no Brasil aponta para tendência de consumo dos produtos ‘premium’, diz AB Inbev
A indústria de cerveja no Brasil está “saudável”, com o historicamente acirrado ambiente de competição e crescimento dos produtos “premium”, de acordo com o diretor-presidente da AB Inbev, Michel Doukeris. A companhia promoveu teleconferência de resultados do terceiro trimestre, nesta quinta-feira (31).
Os volumes totais na divisão de negócios da América do Sul caíram 0,6%, refletindo a queda na demanda na Argentina e as pressões inflacionárias no país vizinho. Já no Brasil, a receita cresceu duplo dígito e foi registrada expansão de margem, de acordo com a AB Inbev. A receita líquida na América do Sul foi de US$ 2,93 bilhões, alta de 5,6%, impulsionada pelo crescimento de 6,2% da receita por hectolitro.
De acordo com Michel Doukeris, as operações brasileiras da controladora da Ambev tiveram um resultado robusto, com crescimento de dois dígitos do Ebitda e expansão de margens.
“Nossas marcas premium, como Budweiser, Spaten e Original, estão competindo muito bem no Brasil e ganhando participação de mercado”, afirmou Doukeris. Já a Corona, cerveja do segmento super premium, está tendo “um ano incrível” no país, segundo o executivo.
Um 2025 “sem eventos extraordinários”
As operações da cervejaria no próximo ano devem ser estáveis, de acordo com os executivos, e sem expectativa de eventos extraordinários. O diretor financeiro da AB Inbev, Fernando Tennenbaum, afirma que o ambiente de preços de 2025 deve ser “comum”, embora a companhia não divulgue projeções.
De acordo com ele, devem ser registradas pressões de custos referentes ao alumínio, por exemplo, mas com aspectos positivos que devem balancear os custos. “Não há razão para margens não crescerem”, afirmou o executivo.
A AB Inbev aponta que as marcas premium e super premium responderam por 57% da receita na Europa no último trimestre. A maior receita por hectolitro permitiu ao negócio manter a receita estável, mesmo com a queda de volumes de dois dígitos. A cervejaria aponta, ainda, que o desempenho foi acima dos concorrentes, considerando a indústria fraca na maioria dos países europeus.
*Com informações do Valor Econômico