Apesar das tarifas em alta, volume de importação de químicos cresce 12,7% em setembro
As importações brasileiras de produtos químicos chegaram a US$ 47,1 bilhões. Na outra ponta, as exportações brasileiras ficaram em US$ 10,9 bilhões entre janeiro e setembro de 2024.
A movimentação representa um déficit da balança comercial do setor de US$ 36,2 bilhões, com variação de 1% acima do mesmo período de 2023. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Química (Abiquim).
O que motivou a alta das importações de químicos do país foi o preço. Os valores médios das importações mostram uma queda de 10,5%, na comparação com os nove primeiros meses de 2023.
Originários dos países asiáticos e sustentados por matérias-primas russas, os insumos químicos internacionais estão com sobreoferta, o que os barateia por conta dos bloqueios impostos em resposta à guerra na Ucrânia.
Em volume, as importações de químicos entre janeiro e setembro deste ano atingiram 47,3 milhões de toneladas, alta de 12,7% em comparação ao mesmo período de 2023. As importações com maior destaque são dos grupos, intermediários para fibras sintéticas (+39,9%), resinas termoplásticas (+38,0%), intermediários para resinas termofixas (+29,1%), resinas termofixas (+23,7%) e outros produtos químicos orgânicos (+17,9%).
As exportações brasileiras somaram 10,7 milhões de toneladas nos primeiros nove meses de 2024, aumento de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Como forma aumentar os preços dos químicos importados e desestimular as compras no mercado externo, e consequentemente aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado local, em setembro, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) elevou tarifas de importação de 30 produtos. A elevação está prevista, inicialmente, para durar 12 meses, com alíquotas de até 20%.
Na avaliação do presidente-executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, a elevação tarifária assegura o mercado local da indústria química e possibilita o progresso do setor. “Esse aumento temporário das tarifas é um remédio indispensável e de alto impacto, preservando empregos e garantindo a autonomia e capacidade produtiva do setor, o que repercute positivamente em toda a indústria, conciliando a agenda emergencial de combate ao surto de importações predatórias de produtos fabricados no Brasil”, afirma.
*Com informações do Valor Econômico