Inflação entrou em fase de convergência, mas parou, diz presidente do BC
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a inflação de serviços é uma questão no mundo todo. Neste tema, pontuou que é difícil pensar na inflação atingindo a meta a não ser que a inflação de serviços se reduza em algum momento. Campos Neto participa nesta segunda-feira de reunião com investidores organizada pelo Deutsche Bank, em Londres.
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Ele ressaltou que a inflação no Brasil entrou em fase de convergência, mas claramente parou em algum momento.
O presidente do BC disse que os últimos números de inflação vieram em situações um pouco misturadas, em que dois números mostraram o núcleo de inflação um pouco melhor mesmo olhando para a inflação de serviços. “Quando você olha o último IPCA-15 foi um pouco pior, o núcleo, e foi espalhada, bem pouco, bem marginal”, disse.
Entre os fatores que pressionam a política monetária, Campos Neto destacou, como tem feito, o mercado de trabalho pressionado e o crescimento surpreendendo positivamente já há algum tempo. Além disso, ressaltou a piora nas projeções de inflação e na inflação implícita. “Quando olha para o balanço de riscos, mudamos o balanço de riscos para ser assimétrico e agora reconhecemos que o hiato do produto está do lado positivo”, disse.
O presidente do BC também destacou que o número de eventos climáticos no Brasil aumentou bastante recentemente. Segundo ele, não só no Brasil, mas em outros países esses eventos tendem a acontecer nas áreas de produção de alimentos. Campos Neto disse que isso não mostra um bom cenário para o preço de alimentos mais estruturalmente no longo prazo.
Segundo ele, o cenário principal da autoridade monetária para os Estados Unidos é de um “soft landing”, ou seja, um “pouso suave” para a economia. No entanto, ressaltou que houve muita volatilidade ultimamente e é necessário ver mais dados.
No evento, o presidente do BC ressaltou que, no caso das eleições americanas, a questão fiscal é muito relevante, com propostas dos dois candidatos que são expansionistas na área fiscal.
*Com informações do Valor Econômico