CSN, Gerdau e mais empresas de mineração sobem na bolsa hoje após Camex aprovar aumento de impostos e tarifa antidumping em produtos chineses
As ações de empresas do setor de mineração sobem em bloco nesta sexta-feira (18) na B3. Os papéis de empresas como CSN, Gerdau, Usiminas, entre outros, reagem ao aumento, para 25%, da alíquota de importação de produtos de ferro e aço e à aplicação de uma tarifa provisória sobre as importações chinesas de folhas metálicas.
A decisão foi tomada na quinta-feira pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex), núcleo executivo colegiado da Câmara do Comércio Exterior (Camex).
A reunião de ontem visava analisar pedidos de reduções e aumentos de alíquotas de importação, concessão e exclusão de ex-tarifários, além da aplicação de medidas antidumping de maneiras definitiva e provisórias.
Quem aprovou essas medidas foram as empresas de mineração e siderurgia da bolsa brasileira:
Ativo | Preço | Variação |
CSNA3 | R$ 12,06 | 3,34% |
GGBR3 | R$ 16,50 | 2,68% |
USIM5 | R$ 6,21 | 2,31% |
GGBR4 | R$ 18,55 | 1,98% |
CMIN3 | R$ 6,04 | 1,68% |
USIM3 | R$ 6,08 | 1,67% |
GOAU4 | R$ 10,47 | 1,65% |
CBAV3 | R$ 5,77 | 1,41% |
BRAP4 | R$ 19,32 | 1,31% |
VALE3 | R$ 61,40 | 1,05% |
FESA4 | R$ 7,72 | 0,92% |
BRAP3 | R$ 17,88 | 0,56% |
AURA33 | R$ 21,77 | 0,32% |
As folhas metálicas importadas da China são utilizadas em sua maioria para a confecção de latas para produtos alimentícios e tampas de garrafas de bebidas. A informação foi antecipada pelo Broadcast.
Entre as medidas, também foi deliberada uma tarifa antidumping definitiva para luvas não-cirúrgicas oriundas da China, da Malásia e da Tailândia.
Cortes e aumentos de taxas na mineração
Em nota à imprensa, o Gecex informou que as reduções tarifárias envolveram produtos sem produção nacional ou com produção insuficiente para atendimento do mercado interno.
A saber:
- Motores elétricos para liquidificadores e processadores de alimentos, com redução de 18% para 0%;
- Acrilonitrila, com redução de 10,8% para 0%. Ela é usada principalmente como matéria-prima para a produção de outros componentes químicos;
- Fios de poliéster usados em tecidos técnicos, pneus, grelhas, lonas, laminados de PVC e linha de costura, com redução de 18% para 0%;
- Glifosato, herbicida usado em culturas de arroz, milho, soja, feijão, cana, uva, café, entre outras, que teve extensão por mais seis meses da redução de 10,8% para 3,8%.
Já os aumentos tarifários foram para produtos que tiveram aumento expressivo de importações e “prejudicaram” a produção nacional:
- Clorito de sódio, com aumento de 9% para 10,8%;
- Produtos de ferro e aço pleiteados pelo SICETEL (Sindicato Nacional da Indústria de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos), com aumento de imposto de importação para 25%;
- Cabos e fibras óticas, com aumento de 11,2% e 9,6%, respectivamente, para 35% de imposto de importação, pelo período de 6 meses.
Medidas antidumping
Em relação às medidas de defesa comercial, o Gecex deliberou pela aplicação de quatro medidas antidumping provisórias e uma definitiva.
Foi aplicado, por exemplo, o antidumping definitivo, por cinco anos, para importação de luvas não-cirúrgicas da China, da Malásia e da Tailândia. As sobretaxas a serem aplicadas a essas importações variam entre US$ 1,86 e US$ 33,52 por mil unidades importadas.
“O Gecex já havia aprovado, em fevereiro deste ano, a aplicação do direito provisório sobre as luvas não-cirúrgicas provenientes destes países, pois as análises preliminares constataram a existência de dumping e de danos às empresas brasileiras que fabricam o mesmo produto – o que foi confirmado com a conclusão das investigações”, diz a nota.
Já o antidumping provisório, com validade de até seis meses, foi aplicado para as importações de quatro produtos, são eles:
- Folhas metálicas oriundas de empresas chinesas, com sobretaxas entre US$ 257,97 e US$ 341,28 por tonelada importada;
- Nebulizadores oriundos de empresas chinesas, com sobretaxas entre US$ 0,83 e US$ 2,62 a unidade importada;
- Pigmentos de dióxido de titânio, do tipo rutilo (pigmento branco para tintas, cosméticos, alimentos etc.) oriundos de empresas chinesas, com sobretaxas entre US$ 577,33 e US$ 1.772,69 a tonelada importada;
- Fibras de poliéster oriundas de empresas da China, Índia, Vietnã, Malásia e Tailândia, com sobretaxas entre US$ 68,32 e US$ 397,04 a tonelada importada.
*Com informações do Estadão Conteúdo