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E agora, Nubank (ROXO34)? Bets podem ampliar riscos de crédito para a fintech, segundo o Santander

O Santander (SANB11) considera que a expansão dos gastos das famílias brasileiras com as apostas esportivas online, as chamadas bets, pode criar um risco para o Nubank (ROXO34).

Segundo a análise, a exposição da fintech ao público de baixa renda e também ao Pix gera esses riscos. Em nota, o Nubank afirmou que seus serviços são pouco usados para apostas nas maiores bets.

A equipe do Santander liderada pelo analista Henrique Navarro menciona dados do IBGE que apontam que, neste ano, cerca de 20% do orçamento discricionário das famílias de baixa renda foi destinado às bets. 

O número chega a 36% se considerado apenas o orçamento destinado ao lazer.

Outro dado mencionado foi o compilado pelo Banco Central apontando que cerca de 20% dos recursos do Bolsa Família foram para as apostas online.

O Santander também destaca o dado da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) que mostra que o Pix é o meio de pagamento mais utilizado para pagar as apostas, com 72% do total, seguido pelo cartão de crédito, com 18%. 

Segundo o banco, o Nubank é a instituição financeira com o maior número de chaves Pix no país, e respondeu por 23% do valor transferido por meio do sistema no primeiro semestre.

“Acreditamos que o risco é de que uma parte importante do financiamento de Pix do Nubank esteja relacionado às apostas online, o que resultaria em um risco de crédito extremamente alto”, dizem os analistas. 

O financiamento de Pix respondeu por 30% das originações do Nu via cartão no segundo trimestre.

Em nota, o Nubank afirmou que menos de 1% do Pix e do Pix Parcelado feitos por meio da fintech são destinados às maiores bets, que representam 70% do mercado. 

“Desse modo, embora seja um tema importante para o Brasil e nós tenhamos tomado precauções especiais, não se tornou significativo dentro de nossa base de clientes, e nossos modelos estão identificando esse comportamento de maneira eficaz”, disse o Nubank.

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Competição

O relatório revela este e outros fatores como possíveis explicações para a recente queda das ações do Nubank. Os outros dois são a mudança nas regras do crédito consignado e a possível competição mais intensa no México.

O Santander menciona a mudança feita pelo governo nas normas do crédito consignado do INSS. A partir do próximo ano, ficarão permitidas contratações nos 90 primeiros dias do pagamento dos benefícios, mas apenas pelos bancos pagadores. 

“Isso é negativo para o Nubank, em nossa visão, dado que bancos digitais não podem participar do leilão (da folha do INSS para os próximos anos)”, diz Navarro.

O analista observa, ainda, que a busca de licenças bancárias por outras fintechs no México pode intensificar a competição no país, que é a segunda maior operação do Nubank. A fintech espera receber uma licença bancária por lá em 2025.

Lucro do Nubank (ROXO34) dobra no 2º trimestre, mas inadimplência cresce

Vale lembrar que, apesar dos números positivos do Nubank no balanço do segundo trimestre, a inadimplência ainda é um dos fatores de preocupação para os negócios da fintech.

O balanço do banco digital mostrou que os temores eram justificados, ao menos em parte: a inadimplência acima de 90 dias dos clientes do Nubank foi de 7% no segundo trimestre. Por outro lado, a inadimplência de 30 dias caiu para 4,5%

Já as despesas com provisões contra calotes foram de US$ 759,8 milhões, ante US$ 590 milhões no 2T23. De acordo com o banco, o crescimento ocorre de forma similar a outros trimestres e acompanha o crescimento do portfólio, “uma vez que o Nu provisiona as perdas esperadas no momento da originação do crédito”.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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