Economia

Danos das enchentes no Rio Grande do Sul chegam a R$ 87 bi

Os danos econômicos da tragédia ambiental que aconteceu em maio no Rio Grande do Sul e matou 182 pessoas estão avaliados em R$ 87 bilhões. O impacto, diluído em um ano, representa 1,8% do PIB em 2024.

A avaliação é de uma missão de técnicos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial, Cepal e governos federal e do Rio Grande do Sul.

O número foi divulgado neste domingo (22), em Nova York, por Ilan Goldfajn, presidente do BID.

“Foi a pior enchente já registrada, deixando 182 mortos, muitas pessoas sem casas e muito afetadas”, disse ele a jornalistas pouco antes de palestra em evento do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) em parceria com a Laclima e a New York University.

Seca na Amazônia

Dessa forma, Goldfajn lembrou que a Amazônia está enfrentando a pior seca da história, afetando rios e comunidades que têm tido problemas de alimentação e mobilidade.

“O número de focos de incêndio, na região amazônica, é 60% superior, na primeira metade de 2024 em relação ao mesmo período de 2023”, seguiu. “É o maior aumento em dez anos”.

Assim, Goldfajn disse que a área queimada pelos incêndios em quatro países amazônicos este ano (Brasil, Bolívia, Peru e Colômbia) é equivalente ao tamanho do Colorado.

Por cinco dias, São Paulo teve a pior qualidade do ar do mundo, com níveis de poluentes 40 vezes maior ao que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

“A tragédia do Rio Grande do Sul nos mostrou que o cenário é sério”, disse o presidente do BID.

A avaliação dos danos está sendo feita por mais de 40 especialistas liderados pelo BID.

Enchente no Rio Grande do Sul: apoio financeiro

Depois das enchentes, o apoio do banco em ajuda emergencial e para a reconstrução foi de R$ 5,5 bilhões. Na ajuda emergencial, R$ 1,5 bilhão, sendo que 70% já foi desembolsado.

“Além disso teve ajuda humanitária que veio de várias fontes, e assistência técnica”, seguiu.

Dessa maneira, na reconstrução os recursos são de US$ 4 bilhões, disponibilizados pelo BID para projetos.

“Ao menos 80% desses US$ 4 bilhões já têm o seu destino. Uma parte é para pequenas e médias empresas. Outra, para infraestrutura e resiliência. Outra parte para ajudar os governos”, continuou.

“Estamos vendo que (a crise climática) é séria, e não é só na Amazônia”.

Com informações do Valor Econômico

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