Bets fazem jovens adiarem entrada na faculdade, diz pesquisa
Jovens brasileiros estão adiando a entrada em cursos de graduação em razão dos gastos com apostas on-line, as bets. Essa é uma das conclusões de um levantamento da consultoria Educa Insights, feito a pedido da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).
De acordo com a pesquisa, 35% dos jovens que responderam ao levantamento disseram que adiaram os planos universitários no início de 2024 pelo dinheiro gasto com as bets.
A pesquisa incluiu 10.821 entrevistas iniciais e 2.118 respostas completas. Aplicada a proporção verificada na pesquisa ao universo de potenciais estudantes, tem-se que cerca de 1,4 milhão de jovens podem estar nessa situação no Brasil.
Há pessoas nessa situação em todas as classes sociais e regiões brasileiras. O levantamento aponta que a situação é mais grave nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, com 42% em ambas.
Por outro lado, em termos de classes sociais, a situação é mais grave nos dois extremos, com 43% na classe A e 41% nas classes D e E que travaram os estudos por causa das bets.
Jovens precisam reduzir gasto para poderem estudar em 2025
Olhando para o próximo ano, um percentual relevante de estudantes disse que precisa interromper os gastos com apostas esportivas para ter condições de arcar com uma mensalidade.
De acordo com o levantamento, são 37% os jovens que veem essa necessidade para voltarem a estudar em 2025.
O levantamento também identificou que há o interesse em jovens apostadores em estudar. A pesquisa identificou que quase metade dos entrevistados, ou 48% do total, manifestaram esse desejo.
Governo vai agir contra vício em bets, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (17) que o governo Lula vai antecipar medidas para conter o vício em apostas on-line.
Entre as medidas pensadas, portanto, está proibir o uso de cartão de crédito nas apostas. Assim, espera-se reduzir o endividamento causado pelo hábito de utilizar as bets.
“Não tem nada a ver com arrecadação, isso tem a ver com a pandemia que está instalada no país e que nós temos que começar a enfrentar. Que é essa questão da dependência psicológica dos jogos”, disse Haddad a jornalistas na sede da pasta, em Brasília.