Como as queimadas também mexem com seu bolso?
Nas últimas semanas, o Brasil vive uma crise em razão de uma série de queimadas, que preocupam os produtores rurais e a Faria Lima. O sinal vermelho também foi aceso pelo governo federal, que fala em “terrorismo climático”. Mas o que essa crise tem relação com a importância do planejamento financeiro de cada um de nós?
Para Carlos Castro, planejador financeiro pela Planejar, a crise nos leva a reconhecer que precisamos nos preparar para fatos que estão além da nossa vida pessoal.
“Fenômenos externos, como crises climáticas e guerras, devem ser considerados no nosso planejamento. Aquilo que não está no nosso controle também impacta as nossas finanças”, explica.
Como as queimadas podem impactar as suas finanças?
De acordo com Carlos Castro, um fator comum é que esses eventos costumam provocar efeitos negativos na inflação. Algo que, na questão das queimadas, já é uma preocupação do mercado. “Essa crise pode gerar problemas de safra e de abastecimento. Com a inflação mais alta podemos perder poder de compra”, alerta.
Outro ponto importante diz respeito aos planos de saúde. “Os planos têm uma inflação própria que tem a ver com a sinistralidade. Então, os custos tendem a ser elevados em situações como essas, como de crises como pandemias e epidemias e agora com as queimadas”, afirma Carlos Castro.
Os planos de saúde se tornam cada mais relevantes, e caros, quanto mais idoso o investidor se torna. Portanto, reservar recursos para arcar com esse serviço é essencial para o planejamento da aposentadoria.
Como se preparar financeiramente para eventos externos?
Como um dos principais riscos diz respeito ao impacto na inflação, o planejador financeiro recomenda montar carteiras para o longo prazo pensando na proteção do poder de compra.
“Quando pensamos em aposentadoria, usamos o IPCA como referência. Rentabilizar acima do IPCA significa ganhar poder de compra”, completa.
Por outro lado, para o curto prazo, Carlos Castro reforça a importância da reserva de emergência. Portanto, reservando parte dos seus recursos em ativos de maior liquidez, que podem ser utilizados em caso de necessidades de saúde não cobertas pelos planos de saúde.