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Nicolás Maduro diz que Venezuela deve retomar foco sobre criptomoedas

Nicolás Maduro, atual presidente da Venezuela, afirmou que o país deve retomar seu foco sobre as criptomoedas. Sua fala aconteceu na última sexta-feira (30) e foi noticiado pelo CriptoNoticias.

A Venezuela criou sua própria criptomoeda em 2018. Chamada Petro, a moeda tinha ligação com o petróleo, principal produto do país, e visava combater a crise do país.

Junto a ela, a Venezuela também criou uma corretora estatal, onde Bitcoin, Dash, Litecoin e outras criptomoedas também eram negociadas ao lado da Petro. O projeto foi abandonado no início desse ano e os fundos dos clientes foram convertidos automaticamente para o bolívar digital.

Maduro planeja voltar a usar criptomoedas

Enfrentando cada vez mais sanções, a Venezuela continua dependendo das criptomoedas para continuar negociando com outros países. Como exemplo, a estatal Petróleos da Venezuela S.A. (PDVSA) estaria usando a stablecoin USDT no comércio internacional.

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Após Nicolás Maduro ser reeleito em julho, diversos países não reconheceram os resultados das eleições locais, incluindo os EUA e a União Europeia. Portanto, esse pode ser um motivo do presidente estar planejando à volta dos usos das criptomoedas.

“Os sistemas que serão criados são multimonetários, cestas de moedas. E não vamos falar sobre o mundo das criptomoedas. Nós começamos esse caminho e temos que retomá-lo.”

Segundo Maduro, a Venezuela abandonou essa ideia porque “um grupo de bandidos e ladrões destruiu o caminho das criptos”.

Sua fala teria ligação com um caso de corrupção estatal que envolveu a Superintendencia Nacional de ‘Criptoactivos y Actividades Conexas’ (SUNACRIP). Na data, diversos funcionários foram demitidos.

Até mesmo Joselit Ramirez, então chefe responsável pela regulação das criptomoedas na Venezuela, acabou sendo preso sobre acusações de corrupção.

Seguindo seu discurso, ouvido por representantes do mercado financeiro, Maduro deu o exemplo de que ao se pegar um táxi, seria possível escolher a forma de pagamento entre criptomoedas, dólar, euro ou bolívar (moeda local).

Nos últimos anos, a inflação da Venezuela chegou a um pico de 345.000%, devastando o poder de compra dos venezuelanos. Portanto, a solução apresentada seria o uso de outras moedas no comércio local.

Inflação da Venezuela continua entre dois a três dígitos percentuais, mas pico de 2019 é destaque no gráfico. Fonte: TradingEconomics.Inflação da Venezuela continua entre dois a três dígitos percentuais, mas pico de 2019 é destaque no gráfico. Fonte: TradingEconomics.
Inflação da Venezuela continua entre dois a três dígitos percentuais, mas pico de 2019 é destaque no gráfico. Fonte: TradingEconomics.

Emmanuel Rincón, editor do El American, comentou que “os rostos dos presentes se sentindo idiotas é um poema e tanto”.

Representantes da indústria ouvindo Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, falando sobre criptomoedas. Fonte: CriptoNoticias/Reprodução.Representantes da indústria ouvindo Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, falando sobre criptomoedas. Fonte: CriptoNoticias/Reprodução.
Representantes da indústria ouvindo Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, falando sobre criptomoedas. Fonte: CriptoNoticias/Reprodução.

Rússia também vê criptomoedas como saída às sanções

Outro país que está seguindo a mesma linha da Venezuela é a Rússia. Sancionada após invadir a Ucrânia, a Rússia planeja lançar duas corretoras estatais de criptomoedas, bem como uma stablecoin com lastro em moedas do BRICS, grupo que também envolve Brasil, Índia, China e África do Sul.

Antes disso, o Banco Central da Rússia já havia recomendado que empresas usassem criptomoedas no comércio internacional, já que transações bancárias não estavam sendo processadas no estrangeiro.

Mais tarde, parlamentares legalizaram as criptomoedas no país, mas notaram que seu uso ainda estava proibido no comércio local.

Por fim, tais países estão buscando soluções para driblar as sanções econômicas vindas especialmente dos EUA e da União Europeia. Até então, as criptomoedas parecem a melhor resposta, mas elas não rimam tão bem com pseudo-democracias.



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