Itaú está na direção certa, diz CFO
Perto de celebrar seu centenário o Itaú Unibanco (ITUB4) se vê diante de questões cruciais para seu futuro.
Manter crescimento de longo prazo ou tornar-se apenas um grande pagador de dividendos?
Mas se crescer, vai pela via orgânica ou envolverá aquisições? Isso envolverá expansão internacional?
Embarcar numa disputa complexa com os bancos digitais no varejo ou se concentrar na defesa do lucrativo segmento de clientes de alta renda?
As respostas para essas e outras questões não são simples para a maior instituição financeira da América Latina, com quase R$ 3 trilhões em ativos.
Contudo, o Itaú Unibanco (ITUB4) se mostra disposto a defender e atacar cada palmo do mercado bancário de forma rentável, e manter-se como preferência entre investidores.
Nessa entrevista exclusiva, o diretor de relações com investidores e de inteligência de mercado do Itaú (ITUB4), Renato Lulia, conta como o banco pretende chegar lá.
Há 22 anos no grupo, Lulia, que neste ano também assumiu o comando da área proprietária de fusões e aquisições, garante que o banco se manterá tão ativo quanto sempre na compra de ativos no mercado.
Porém, esse movimento tende a ser mais tático, para dar suporte à expansão do grupo, dentro e fora do país.
“Fusão e aquisição ainda é uma parte central para execução da estratégia do banco”, disse ele, sublinhando agora foco em tecnologia, produto, canal e talentos.
One Itaú, o superapp do Itaú (ITUB4)
No aspecto concorrencial, a principal aposta do banco é o seu recém-lançado superapp, o One Itaú. A proposta é convidar cerca de 15 milhões de clientes monoproduto para entrar em casa, ou seja, ter acesso à toda prateleira de produtos do banco.
Trata-se de um projeto que envolveu um batalhão de 17 mil profissionais de tecnologia nos últimos anos.
“Os resultados iniciais estão sendo tão encorajadores que a gente quer acelerar para ter a grande maioria dos clientes migrados até algum ponto em 2025”, disse Lulia.
De quebra, o Itaú (ITUB4) quer aproveitar o processo para desenvolver um relacionamento maior com o público em ascensão econômica.
Assim, ao mesmo tempo em que entrega uma proposta de banco digital mais completa, procura criar laços com o público que mais adiante se tornará cliente de alta renda, a faixa de mercado mais cobiçada dos grandes bancos no momento.
“A gente tem essa equação muito bem montada aqui dentro”, disse Lulia.
Rentabilidade, dividendos e mais dividendos
O executivo também revelou à Inteligência Financeira o calendário previsto para pagamento de dividendos extraordinários de 2024.
Assunto preferido dos investidores do banco, o dividendo extra vem sendo alvo de curiosidade do mercado tanto pela data quanto pelo montante.
O tema ganhou ainda mais calor após o Itaú (ITUB4) reportar lucro líquido recorde de R$ 10 bilhões no segundo trimestre.
Além disso, a instituição financeira subiu sua rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) para 22,4%, a maior entre os rivais diretos.
Ademais, executivos do banco liderado por Milton Maluhy Filho sinalizaram que níveis acima de 20% devem se manter.
“Não temos intenção nenhuma de carregar no balanço capital que não seja utilizado”, contou Lulia.