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Como candidatos a prefeito de São Paulo investem suas fortunas?

A disputa para as eleições municipais de 2024 está a pleno vapor. Ou seja, os candidatos a prefeito de São Paulo e das mais de 5.560 cidades brasileiras já estão nas ruas buscando convencer o eleitor, que vai às urnas no dia 6 de outubro.

Para estarem liberados a pedir votos, os candidatos precisaram cumprir um rito, que incluiu o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral. Nesse documento, portanto, eles preenchem as declarações com os dados pessoais e de patrimônio, bens e investimentos.

E a partir desses dados, é possível obter mais informações a respeito dos postulantes. Por exemplo, onde investem os candidatos a prefeito de São Paulo e de outras cidades?

Na disputa pela administração da capital paulista, há candidatos com patrimônios que vão de zero até mais de R$ 169 milhões. Já nos investimentos, têm aqueles que optam pela renda fixa até carteiras super diversificadas, passando pela preferência pela previdência privada. Veja abaixo os detalhes das carteiras dos candidatos.

Quem são os candidatos a prefeito de São Paulo?

Há dez candidatos a prefeito de São Paulo registrados para concorrer nestas eleições. Em ordem alfabética, de acordo com os nomes de urna escolhidos, são eles: Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC), Datena (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), João Pimenta (PCO), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), Ricardo Senese (UP) e Tabata Amaral (PSB).

Qual o patrimônio dos candidatos a prefeito de São Paulo?

Dos 10 postulantes a prefeito nas eleições municipais de 2024, apenas o jornalista João Pimenta, do Partido da Causa Operária (PCO), afirmou não ter bens a declarar.

Dono de um patrimônio de R$ 6,93 milhões, o administrador Bebeto Haddad, candidato pela Democracia Cristã (DC), não informou nenhum tipo de aplicação financeira. Da mesma maneira, o ferroviário Altino Prazeres, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), reportou patrimônio mas não investimentos, informando possuir 50% de um imóvel, um bem que alegou valer R$ 385 mil.

Portanto, os demais sete candidatos disseram à Justiça Eleitoral possuir algum tipo de investimento. Há postulantes que detalham os produtos e as instituições em que possuem recursos e outros que informam apenas os valores de maneira geral.

Por exemplo, Tabata Amaral, candidata pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), afirma ter R$ 799.332,95 em “Outras aplicações e investimentos”, sem detalhar como é composta a sua carteira. É a maior parte do patrimônio da deputada federal, que reporta um total de R$ 807.841,11, somando ainda um saldo de R$ 8.508,16 em conta corrente.

Assim sendo, o maior patrimônio entre os 10 candidatos é o de Pablo Marçal, do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). Marçal afirma à Justiça possuir uma fortuna de R$ 169,50 milhões, incluindo uma série de aplicações financeiras, terrenos e cotas de participação em empresas.

Abaixo, saiba qual o total de bens declarados por cada candidato a prefeitura de São Paulo:

1 – Pablo Marçal (PRTB) – R$ 169.503.058,17
2 – José Luiz Datena (PSDB) – R$ 38.301.790,28
3 – Marina Helena (Novo) – R$ 9.705.860,81
4 – Bebeto Haddad (DC) – R$ 6.930.000,00
5 – Ricardo Nunes (MDB) – R$ 4.843.350,91
6 – Tabata Amaral (PSB) – R$ 807.841,11
7 – Ricardo Senese (UP) – R$ 444.087,00
8 – Altino Prazeres (PSTU) – R$ 385.000,00
9 – Guilherme Boulos (PSOL) – R$ 199.596,87
10 – João Pimenta (PCO) – Sem bens

Como investem os candidatos a prefeito de São Paulo?

Veja como investem os candidatos a prefeito de São Paulo nas eleições municipais de 2024. Os candidatos estão listados na ordem de patrimônio apresentada acima. Contudo, não estão relacionados os candidatos que declararam não possuir bens e investimentos.

Pablo Marçal (PRTB): investimentos diversificados

O candidato do PRTB a prefeito de São Paulo possui uma carteira diversificada. Pablo Marçal detalha parte dos seus investimentos, mas a maior parte ele reporta apenas como “saldo de aplicações”, um total de R$ 62,6 milhões divididos em duas instituições financeiras.

No entanto, a parte em que o candidato detalha há valores tanto na renda fixa quanto na renda variável. São R$ 19,2 milhões em Letra Imobiliária Garantida (LIG), R$ 230 mil em Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), R$ 138,3 mil em Tesouro Selic e R$ 24,2 mil em Certificado de Depósito Bancário (CDB).

Na seara da renda variável, por outro lado, ele reporta aplicações em alguns fundos de investimento. Marçal informa ter aplicações no modelo de sociedade de conta de participação (SCP) com a Bossa Nova Investimentos, incluindo um fundo em parceria com a Primo Rico, empresa do influenciador Thiago Nigro.

Datena (PSDB): a opção pela previdência privada

Candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, o apresentador José Luiz Datena aparenta ser um entusiasta da previdência privada. É em aplicações do tipo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) que Datena concentra a maior parte do seu patrimônio.

Assim sendo, são dois planos do tipo VGBL na declaração do jornalista. Em um, Datena reporta R$ 14,72 milhões aplicados. No outro, mais R$ 11 milhões. O total soma R$ 25,72 milhões, o que corresponde a pouco mais de 67% dos R$ 38 milhões que Datena declarou à Justiça Eleitoral.

Marina Helena (Novo): FIIs, FIDC e renda fixa no radar

Marina Helena é a terceira candidata com maior patrimônio na disputa em São Paulo. A economista reportou um patrimônio de R$ 9,70 milhões, dos quais quase 80% estão em um imóvel avaliado em R$ 7,60 milhões.

A candidata reportou investimentos diversos, sendo a maior parte na categoria “Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros), onde ela tem R$ 928 mil aplicados.

Por outro lado, o segundo maior investimento da candidata está na categoria “Fundos de Longo Prazo e Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)”, onde ela tem pouco mais de R$ 585 mil. Marina Helena investe ainda R$ 100 mil em fundos de ações e R$ 99,78 mil em fundos de investimento imobiliários (FIIs).

Ricardo Nunes (MDB): mais de R$ 1 milhão em fundo de investimento

Candidato à reeleição, o atual prefeito de São Paulo declarou um patrimônio de R$ 4,84 milhões. Dessa maneira, Ricardo Nunes informou à Justiça Eleitoral que boa parte de seus bens está em uma lista de imóveis e depositados em contas correntes.

Na seara dos investimentos, o candidato do MDB reportou ter R$ 1,1 milhão investidos em um fundo de investimento do Banco XP. A categoria é “Fundos de Longo Prazo e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)”.

O segundo maior valor da relação de Ricardo Nunes é um total de R$ 999 mil em previdência privada. O candidato registrou ainda R$ 111 mil em “CDB/RDB” e e R$ 2,67 mil em “Aplicação Renda Fixa”.

Tabata Amaral (PSB): sem detalhes sobre investimentos

A candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo fornece poucos detalhes sobre os seus investimentos. De acordo com a declaração de bens de Tabata Amaral, 99% do patrimônio da deputada federal está em “Outras aplicações em investimentos”.

Dessa maneira, são R$ 799.332,95 nesta rúbrica e outros R$ 8.508,16 em depósitos em conta corrente.

Ricardo Senese (UP): todas as fichas no CDB

Postulante a prefeito de São Paulo pela Unidade Popular pelo Socialismo (UP), Ricardo Senese reportou ter R$ 405 mil investidos em CDB. O ferroviário afirmou ainda ter um Fiat Uno 2015, no valor de R$ 39 mil, o que leva seu patrimônio para um total de R$ 444 mil.

Guilherme Boulos (PSOL): patrimônio tem celtinha e R$ 11 mil em CDB

O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) reportou um patrimônio de R$ 199,59 mil. O famoso “celtinha” de Guilherme Boulos, o GM Celta 2009/2010 no valor de R$ 15.146, está na relação.

Na seara dos investimentos, Boulos reportou ter R$ 11.876 investidos em um CDB. A maior parte do patrimônio do candidato está na casa em que o candidato do PSOL vive no bairro do Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo.

Por que candidatos nas eleições municipais de 2024 declaram patrimônio?

Os dados de patrimônio são importantes porque permitem aos eleitores acompanhar a evolução da riqueza dos candidatos ao longo das disputas.

Quando preenchem essas informações, os candidatos reportam, com maior ou menor grau de detalhamento, o que possuem e qual é o valor estimado desses bens e recursos. A consulta pela declaração de patrimônio pode ser feita diretamente no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com os dados, o candidato mais rico das eleições municipais de 2024 é João Pinheiro (PRTB), empresário do agronegócio que concorre nestas eleições municipais ao cargo de prefeito de Marília (SP). Pinheiro declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 2,85 bilhões.

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