O grupo canadense Brookfield, um dos maiores investidores do mundo, está atento a novas oportunidades em data centers na América Latina.
Foi o que sinalizou nesta terça-feira (27) Alexandre Thiollier, executivo do grupo no Brasil responsável pela originação e execução de transações.
“Está todo mundo correndo atrás dessa oportunidade”, disse Thiollier em resposta a uma pergunta sobre oportunidades de investimento em data centers na América Latina, durante a Conferência Anual Santander, em São Paulo.
Com cerca de US$ 1 trilhão em ativos sob gestão, a Brookfield é também uma das maiores investidoras do mundo em data centers, com 50 desses ativos na carteira.
Na América Latina, a companhia é dona da Ascenty, líder do setor na região, com 27 data centers, a maioria deles no Brasil.
“Acreditamos que tem décadas por vir e sabe-se que isso será um grande gerador de valor”, acrescentou o executivo.
Dessa forma, os comentários de Thiollier ilustram a crescente atenção de investidores globais em relação ao Brasil para investimentos em data centers.
Isso porque o país detém uma combinação de grande oferta de água e energia renovável, insumos vitais para a instalação de data centers de alta capacidade.
De acordo com especialistas, essa tendência deve acelerar nos próximos anos diante da forte demanda por inteligência artificial (IA), que exige muito mais capacidade dos data centers.
Brasil, nova fronteira dos data centers?
Segundo um estudo recente do Santander, esse cenário pode trazer bilhões de dólares em investimentos para o Brasil nos próximos anos.
Atualmente, Estados Unidos e na Europa em conjunto sediam quase dois terços dos quase 12 mil data centers distribuídos pelo mundo.
O Brasil, por sua vez, tem cerca de 180 data centers atualmente.
Em 2023, a Brookfield comprou a operadora europeia de data center Data4, numa operação com valor estimado de cerca de US$ 3,8 bilhões.
A Data4 opera cerca de 30 data centers na França, Itália, Espanha, Polônia e Luxemburgo.
