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A ação da Weg (WEGE3) ficou barata? Como a DeepSeek abriu uma janela de oportunidade para comprar a queridinha da bolsa

Mesmo não sendo de tecnologia, a Weg (WEGE3) não escapou do “efeito DeepSeek”. Na segunda-feira (27), quando a inteligência artificial chinesa abalou as principais big techs e o índice Nasdaq, a multinacional também amargou quedas: fechou o pregão com queda de 8% — hora de comprar ou vender os papéis da queridinha da bolsa brasileira?

A recomendação do Itaú BBA não poderia ser mais clara: não só é hora de manter WEGE3 na carteira, como este momento representa uma oportunidade para comprar mais ações da empresa, que são tradicionalmente “caras”.

A ação já recuperou uma parte das perdas e negocia em alta de 2,17%, a R$ 55,63, por volta das 11h20 desta quinta-feira (30). O papel caminha para fechar o mês com ganho acumulado de 5,50%. 

No entanto, a cotação atual ainda está 4,2% abaixo do que o valor do fechamento de sexta-feira (24), pré-DeepSeek.

Os analistas do banco brasileiro não são os únicos a recomendar a compra da Weg. Nesta semana, o JP Morgan também reforçou que os investidores que visam o longo prazo deveriam aproveitar essa queda dos papéis para pagar mais barato na ação. 

Da mesma forma, o Citi avaliou que a reação dos papéis foi muito exagerada e manteve a recomendação de compra.

Weg: o ‘efeito DeepSeek’ não vai durar

Na análise do Itaú BBA, quando se fala da atual receita da Weg, a exposição à inteligência artificial é “virtualmente zero”, uma vez que a empresa ganha dinheiro por conta de negócios que já estavam em desenvolvimento bem antes do boom da IA. 

Olhando para um horizonte de mais longo prazo, a exposição da multinacional à IA deve se dar majoritariamente através da linha de negócios de Geração, Transmissão e Distribuição (GT&D), com destaque para a venda de transformadores no mercado norte-americano.

No cenário atual, esses transformadores representam entre 10% e 15% da receita total da companhia, pelas contas dos analistas. 

Além disso, o BBA relembra que esses equipamentos são grandes e complexos e podem levar anos para serem entregues. 

“Isso corrobora ainda mais nossa visão de que os transformadores atualmente entregues foram encomendados anos atrás, antes do aumento dos investimentos relacionados à IA”, diz o relatório. 

Essas encomendas, portanto, não foram feitas pensando necessariamente em tecnologias como ChatGPT e DeepSeek, e sim nos seguintes fatores:

  • O envelhecimento da frota de transformadores nos EUA (70% dos transformadores têm 25 anos ou mais); e 
  • Investimentos em energias renováveis.

Por esse motivo, o Itaú BBA reitera a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 67 para o papel até o final de 2025 — o que representaria um potencial de valorização de quase 21%, considerando a cotação atual. 

O Citi também concorda que a reação do mercado com relação à Weg no evento DeepSeek foi exagerada. 

O analista André Mazini aponta pelo menos três motivos para isso:

  • A grande redução de custo da ‘construção’ do modelo de IA chinês ainda não foi comprovado;
  • A empresa brasileira interage com a inteligência artificial por meio de data centers e não de chips de ponta;
  • O ‘paradoxo de Jevons’ — a ideia de que, à medida que as melhorias tecnológicas aumentam a eficiência com a qual um recurso é usado, o consumo total desse recurso pode aumentar em vez de diminuir, — pode se consolidar.

Ou seja, a redução pela metade do custo da IA ​​pode mais do que dobrar a demanda e com o consumo de energia possivelmente aumentando.

Com essas premissas, o Citi reiterou no início da semana a recomendação de compra para as ações WEGE3, com preço-alvo de R$ 62 — o que representa um potencial de valorização de 14% sobre o fechamento de ontem. 

*Com informações do Money Times.

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