Americanas (AMER3): Santander vende parte das ações que recebeu após levar calote da varejista
Como esperado, os credores que receberam ações da Americanas (AMER3) como parte do pagamento pelo calote bilionário da varejista aproveitaram para vender os papéis na B3 e cobrir ao menos parte do prejuízo. Esse foi o caso, por exemplo, do Santander (SANB11).
O banco se tornou acionista da Americanas ao converter parte dos créditos que possui em ações e agora reduziu essa participação para 4,87%. Lembrando que as normas do mercado de capitais obrigam os investidores que compram ou vendem ações acima ou abaixo do patamar de 5% do capital a informar o movimentação.
- LEIA TAMBÉM: SD Select entrevista analista e libera carteira gratuita de ações americanas pra você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
Desse modo, o Santander passou a deter 960.714.956 papéis da varejista, além de 459.388.618 bônus de subscrição, que dão o direito de conversão em novas ações da companhia.
O banco não informou quantas ações da Americanas possuía antes das vendas, mas o mercado especula que a participação anterior era da ordem de 7%.
O Santander também não revelou o quanto embolsou com a venda das ações, mas certamente trata-se de uma fração dos mais de R$ 3,5 bilhões da exposição total do banco.
Americanas (AMER3): ações desabam após aumento de capital
Como parte do processo de recuperação judicial, a Americanas promoveu um aumento de capital de R$ 24,5 bilhões para recompor o balanço após a revelação da fraude contábil.
Desse total, R$ 12 bilhões vieram do trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, que injetaram dinheiro novo na companhia. O restante veio dos bancos credores, incluindo o Santander, que converteram parte dos valores que tinham a receber em ações.
No primeiro dia após a liberação da negociação dos papéis que fizeram parte do aumento de capital, as ações da Americanas desabaram mais de 70%. No fechamento de ontem na B3, os papéis valiam R$ 0,09.
Por fim, vale destacar que a empresa chamou uma assembleia de acionistas em setembro para aprovar um grupamento de 100 ações para 1. Desta forma, a companhia deixará de ser negociada como uma “penny stock” — ou seja, ações negociadas a centavos.