O presidente Donald Trump lançou sua primeira saraivada contra o Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), ao dizer nesta quinta-feira (23) que exercerá pressão para reduzir as taxas de juros.
Falando de Washington, por vídeo, a uma assembleia de líderes globais, no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, Trump não mencionou o nome da Fed. Porém, deixou claro que iria reivindicar taxas de juros mais baixas.
“Exigirei que as taxas de juros caiam imediatamente”, disse Trump.
“E da mesma forma, eles deveriam estar caindo em todo o mundo.”
É a primeira vez que Trump se dirige, como presidente, às autoridades do Fed, com quem teve uma relação altamente controversa durante o seu primeiro mandato. Ele criticou frequentemente o presidente da instituição Jerome Powell, comparando-o a um jogador de golfe que não acerta a tacada.
Nos Estados Unidos, o mercado de ações reagiu de forma ligeiramente positivas aos comentários, com o índice Dow Jones ampliando os ganhos enquanto Trump falava. Já o rendimento dos títulos do Tesouro americano com vencimento de dois anos, sensível às políticas, caiu ligeiramente.
Por seu lado, Powell em suas falas públicas tem insistido que o Fed não toma decisões com base em considerações políticas. Trump não tem autoridade estatutária sobre o Fed, embora nomeie membros para o conselho de governadores, responsável pelas definições regulatórias do sistema bancário americano.
A independência do Fed é vista como essencial para a estabilidade dos mercados. Ainda assim, o banco central americano tem sido criticado nos últimos anos por ter considerado o aumento da inflação em 2021 como “transitório”. Mesmo assim, fez aumentos sucessivos na taxa de juros dos EUA.
Os comentários de Trump foram feitos a menos de uma semana antes de o Fed realizar sua reunião de política monetária de dois dias, que terminará na quarta-feira (29).
