relatório de inflação será protagonista na quinta
A última semana cheia de 2024 começa a chegar ao fim. E o fato mais importante desta quinta-feira (19) é a divulgação do relatório trimestral de inflação. O dado é compilado pelo Banco Central. E é essa a principal notícia do morning call de hoje.
Mas qual o motivo que nos leva a indicar que este relatório do BC é importante?
Esse tema, a inflação, foi bastante debatido na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O colegiado indicou que a deterioração de curto e médio prazos “do cenário de inflação exigia uma postura mais tempestiva para manter o firme compromisso de convergência da inflação à meta”. A análise está na ata do Copom divulgada mais cedo nesta semana,
Assim, o último encontro do colegiado do ano, e o derradeiro ato de Roberto Campos Neto na presidência da autoridade monetária, aumentou a Selic em 100 pontos-base.
A Selic subiu de 11,25% ao ano para 12,25%. Então, o BC adicionou a informação que deve promover mais dois aumentos de mesma intensidade nos dois primeiros encontros de 2025 – será também as duas primeiras reuniões sob a batuta de Gabriel Galípolo na presidência do BC.
Um cenário de inflação mais alta pode até levar o BC a aumentar a dose do remédio.
São conjecturas. Assim, o mercado parece que se debruça neste momento em tentar entender, ou prever, qual será o nível de interferência da autoridade monetária na economia.
Isso demanda tempo. Afinal, os novos membros do Copom precisam sentar e esquentar suas respectivas cadeiras.
Dessa maneira, mais cedo no mês o Senado aprovou os nomes de Izabela Correa, Gilneu Vivan e Nilton David para o Banco Central.
O foco está sobretudo em David, afinal, é ele o novo diretor de política monetária no lugar de Galípolo. Aposto que é esse – qual o nível de interferência no mercado do novo BC – o assunto do começo do ano. Conforme esse novo BC tome suas decisões, o mercado vai tirar suas próprias conclusões.
Vamos agora entender como as bolsas de valores fecharam na quarta-feira.
Morning call: e o fechamento das bolsas de valores
A sangria no mercado local com a escalada da crise de credibilidade do governo no mercado financeiro levou o Ibovespa a registrar a maior queda diária desde 10 de novembro de 2022. O índice despencou 3,15%, aos 120.772 pontos, bem perto da mínima do dia de 120.457 pontos. Já na máxima, o principal índice da bolsa brasileira chegou a tocar os 124.698 pontos.
Tempestade perfeita no mercado
Uma tempestade perfeita no mercado local e externo derrubou o desempenho dos ativos domésticos em um ambiente em que investidores permanecem temerosos com o andamento e possível desidratação do pacote fiscal no Congresso.
No começo do dia, o leilão de recompra de títulos do Tesouro Nacional não foi capaz de aliviar a escalada dos juros futuros. Na sequência, a informação apurada pelo Valor de que o subsecretário da Dívida Pública, Otavio Ladeira, se afastou do cargo para assumir posição na Organização das Nações Unidas, trouxe mais incerteza a agentes financeiros.
Já o sprint final de queda veio com declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, de que as pressões inflacionárias pedem mais cautela no corte das taxas.
Ajustes feitos nas projeções econômicas divulgadas pela autoridade monetária americana também geraram efeitos negativos. Em NY, os principais índices despencaram: o Nasdaq caiu 3,56%, o S&P 500 recuou 2,95% e o Dow Jones registrou perdas de 2,58%.
O volume financeiro do Ibovespa na sessão foi de R$ 26,4 bilhões e de R$ 34,0 bilhões na B3.
Apenas três ações avançaram no pregão: Marfrig (+1,81%), MRV (+1,54%) e Santos Brasil (+0,54%).
Na ponta contrária, os papéis da Automob passaram por correção e recuaram 30% após dois pregões seguidos de forte alta. Ações domésticas como CVC (-17,11%) e Magazine Luiza (-10,04% ) foram destaque de queda com a disparada dos juros futuros.
Com informações do Valor Econômico