Importações de aço da China devem se manter altas, mesmo com medidas de controle do Brasil
A escalada do aço chinês entrando no mercado nacional deve se manter firme em 2025, apesar das medidas do governo que começaram a vigorar em junho, a fim de conter a enxurrada de importações do país asiático, e que ainda não surtiram o efeito desejado pelas siderúrgicas locais.
Devido à concorrência do aço proveniente da China e de outros países asiáticos, o governo estabeleceu uma regulamentação para limitar a importação de nove itens (NCMs, ou Nomenclaturas Comuns do Mercosul) do setor siderúrgico. As cotas de importação foram definidas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), e o excedente estará sujeito a uma alíquota majorada de 25% no Imposto de Importação.
Segundo dados do Instituto Aço Brasil, as medidas comerciais desaceleraram o ingresso de alguns itens, porém não derrubaram a invasão do produto chinês. Para 2025, a previsão é de crescimento de 11,5% nas importações de aço laminado, para mais de 2,3 mil toneladas, enquanto a produção nacional deve ter uma queda de 0,6%.
De acordo com Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil, a interação do setor com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) tem sido muito produtiva, porém os volumes importados dos produtos siderúrgicos que foram enquadrados no programa de cota-tarifa do Mdic tiveram uma redução muito pequena.
“O mecanismo cota-tarifa, adotado pelo governo em junho, foi importante para travar a escalada das importações, mas não foi suficiente para reduzi-las. Pedimos a aplicação de mecanismos de defesa para mais quatro NCMs e seguimos monitorando os números”, diz Lopes.
Em 2024, as importações avançam 24%, para 6,2 milhões de toneladas, sendo que as de laminados crescem 15%, para 5,1 milhões de toneladas. Se comparado com a média entre 2020 e 2022, o ingresso de laminados no país crescerá 66%.
Egito e Peru também estão aumentando suas importações, aproveitando-se de acordos comerciais bilaterais. No entanto, o Instituto Aço Brasil avalia que o setor pode ingressar com uma ação antidumping, um instrumento de defesa comercial utilizado para combater práticas desleais de comércio.
*Com informações do Valor Econômico