tem de acabar com a diarreia de títulos isentos
Queridinho dos investidores, os títulos de crédito isentos de Imposto de Renda se tornaram alvo de críticas de André Jakurski, fundador da JGP Asset Management.
O gestor carioca, que administra cerca de R$ 37 bilhões, apontou os títulos isentos como uma anomalia do mercado financeiro.
Em entrevista ao podcast PodInvestir, da Inteligência Financeira, ele disse, então, que parte dos problemas de arrecadação do governo se deve a isenções como essa.
“Tem que equalizar isso em relação à carga tributária das empresas e realmente fazer alguma coisa para diminuir o que foi feito erradamente de criar essa montanha de papéis de isentos”, afirmou Jakurski.
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Título isento é contradição, diz André Jakurski
A declaração de André Jakurski sobre os títulos isentos aconteceu em resposta a questionamento sobre as dificuldades fiscais do governo.
Para ele, a não cobrança de imposto em títulos como os voltados ao agronegócio ou ao setor imobiliário é contrária à lógica.
“É uma contradição. Agora mesmo que eles querem minimizar o gasto fiscal, aprovaram para os bancos estatais emitir letras isentas aos borbotões. Pode ser até R$ 10 bilhões, mas por banco e quiçá mais”, disse.
André Jakurski, da JGP, se refere a Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD), disponível para a emissão de bancos de desenvolvimento.
Espécie de ‘prima’ das LCIs e das LCAs, a nova letra de crédito será mais uma opção no cardápio de produtos para o investidor que busca a renda fixa.
Tributação via renda
Para André Jakurski, uma forma de fechar o cerco sobre o assunto, que ele chama de “diarreia de títulos fiscais”, pode ser a taxação de até 10% ao ano para quem obtiver receitas superiores a R$ 50 mil por mês.
“(O governo) vai mexer indiretamente via imposto sobre os que têm uma receita superior a R$ 50 mil. Toda medida que aumenta impostos é ruim porque são coisas pontuais. Mas, realmente, se você tem de compensar essa diarreia de papeis isentos com um imposto mínimo, eu não acho errado”, destaca.