Como escolher gestor de investimentos?
Já precisou buscar um gestor de investimentos? E alguma vez se perguntou qual a melhor forma de escolher um profissional ideal para gerir grandes fortunas e viver de renda o resto da vida? Foi o que perguntamos a Hugh Harley, CEO da Aurum Wealth Management. Confira nossas perguntas e respostas.
Como escolher um gestor de investimentos para gerir grandes fortunas?
Eu acredito que a melhor forma de escolher um gestor para gerir grandes fortunas é buscando instituições que entendem na prática quais são os desafios dessas grandes fortunas. Em geral, uma grande fortuna envolve complexidades. Então, é preciso que o gestor entenda muito bem os desafios de cada família para ajudar na busca por uma solução viável.
O que é preciso observar na hora de fazer essa escolha?
Considero que seja importante observar alguns pontos. Vamos a eles.
- Cultura: vale a pena entender qual é a cultura da empresa e como ela se faz presente entre os principais sócios.
- Pessoas: é interessante saber quantas pessoas trabalham na empresa, qual sua formação acadêmica e sua experiencia profissional, além de saber se elas têm funções bem definidas.
- Alinhamento de Interesse: aqui é importante entender coo a empresa garante o alinhamento de interesse com seus clientes. Por exemplo, se ela tem produtos próprios para alocar nas carteiras dos clientes.
- Independência e isenção: ou seja, como o gestor de investimentos garante sua atuação de forma independente e isenta. Por exemplo, vale saber se os sócios investem com as mesmas condições dos clientes.
- Team Tenure & Turn Over: há quanto tempo o time trabalha junto, qual é turnover dos sócios e o por qual motivo eles saem da empresa? Também vale conhecer os mecanismos que a empresa usa para retenção de talentos e alinhamento de objetivos.
- Institucionalização: outro ponto importante é entender se a empresa depende exclusivamente de uma pessoa ou tem condições de continuar as atividades mesmo com a saída de algum sócio ou executivo.
- Tamanho da empresa: quantas famílias estão sob sua gestão?
- Forma de atuação: qual é a forma de atuação do gestor, ele atua de forma próxima ou não?
Nessa relação, precisam estar claras todas as informações patrimoniais e ainda quais são os objetivos da família, mesmo que eles se alterem ao longo do tempo. O primeiro erro bastante comum nessa relação é a falta de comunicação entre as partes, que acaba gerando um desencontro de expectativas.
Outro erro é buscar o serviço mais barato possível. É preciso considerar todos aqueles aspectos que falamos anteriormente.
Quais as principais vantagens de ter um gestor de investimentos?
Isenção, transparência e independência nas recomendações de investimentos. Isso porque o processo de seleção de investimentos levará em conta o que o gestor entende que é o melhor para os alcançar os objetivos da família, além da rentabilidade pura. Por isso é muito importante a troca de informações entre famílias e gestor.
Outra vantagem é que o gestor de patrimônio (por ter uma grande carteira) pode obter taxas melhores em investimento de Renda Fixa e acesso a produtos diferenciados, que muitas vezes não são disponibilizados amplamente no mercado.
Existem desvantagens?
Também existem desvantagens. As gestoras de patrimônio são altamente reguladas e com processos rígidos. Isso traz robustez, mas ao mesmo tempo traz algumas ineficiências. Oportunidades que exigem velocidade, por exemplo, podem ser perdidas por volume alto de recursos sob gestão ou por processos internos de riscos e comunicação burocrática com clientes e plataformas.
Em quais situação vale a pena ter um gestor de investimentos?
Como o tema de investimentos é árduo e chato para praticamente todo mundo, eu acredito que ter um aconselhamento (seja na forma de assessoria, consultoria ou da figura de um gestor) é sempre válido. Então, em todas as situações vale muito a pena os investidores serem aconselhados.