Dólar vai a R$ 5,9124 e atinge maior nível da história após frustração com fiscal
O dólar à vista disparou nesta quarta-feira, encerrando a sessão no maior patamar nominal histórico, em meio a frustrações dos investidores com a postura do governo em relação à seara fiscal. O gatilho para a forte depreciação do real foi a notícia antecipada pelo Valor de que o governo deverá anunciar a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas com salários até R$ 5.000. Investidores locais e estrangeiros vinham aguardando iniciativas que indicassem mais responsabilidade do governo com as contas públicas, avaliam operadores, mas a notícia da possível ampliação da faixa de isenção do IR “frustrou mais uma vez e jogou água na recuperação do real”.
Parte da dinâmica de hoje foi resultado da elevação do prêmio de risco, outra parte foi resultado de movimento técnico, com acionamento de “stop loss”, recurso automatizado para o encerramento de posições, diante de dinâmicas mais bruscas.
Todo o movimento de hoje foi atribuído ao cenário local, dado que o exterior foi marcado pela desvalorização consistente do dólar, em meio ao fortalecimento do euro e do iene, e da perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) irá cortar as taxas de juros no encontro de dezembro. O real vinha exibindo um dos melhores desempenhos frente ao dólar no mês de novembro, perdendo apenas para o peso colombiano, da relação das 33 moedas mais líquidas. Nas últimas sessões, o câmbio permaneceu praticamente estável, diante da expectativa pelas medidas de corte de gastos do governo.
Encerrada as negociações do mercado à vista, o dólar fechou em alta de 1,80%, cotado a R$ 5,9124, o maior patamar nominal histórico. Antes disso, o maior nível de fechamento, de R$ 5,9007, havia sido registrado em 13 de maio de 2020, no começo da pandemia de coronavírus. Hoje o dólar encostou na mínima de R$ 5,8015 e bateu na máxima de R$ 5,9288. Já o euro comercial encerrou a sessão com valorização de 2,65%, cotado a R$ 6,2441. O real apresentou o segundo pior desempenho do dia, melhor apenas que o rublo russo.
*Com informações do Valor Econômico