Finanças

Quanto os brasileiros resgataram em prêmios de apostas online?

O Itaú Unibanco divulgou estudo sobre o tamanho e o impacto no consumo das apostas online no Brasil. Em linhas gerais, conforme os economistas Luiz Cherman e Pedro Duarte, o gasto total com apostas (taxas de serviço + valor apostado, sem considerar ganhos) foi estimado em R$ 68,2 bilhões em 12 meses até junho de 2024.

Enquanto o valor de prêmios recebidos pelos apostadores, mostra o levantamento, foi calculado em R$ 44,3 bilhões.

Dessa forma, o gasto líquido com apostas (taxas pagas + valor apostado – valor ganho) totalizou R$ 23,9 bilhões no acumulado do período.

“Este valor equivale a 0,2% do PIB brasileiro, 0,3% do consumo total e 1,9% da massa salarial”, destacam Cherman e Duarte em relatório.

Patrocínios no futebol

Então, o estudo do Itaú também traz uma projeção da receita do setor de apostas e jogos online a partir dos gastos com marketing.

“Estimamos o gasto total do setor com marketing entre R$ 5,8 e 8,8 bilhões. Um levantamento feito em maio de 2023 pelo jornal O Estado de S. Paulo estima que o gasto das empresas de apostas em patrocínios no futebol (clubes, competições e transmissões de televisão) seja de R$ 3,5 bilhões. Adotamos a hipótese de que estes gastos representem de 40% a 60% do gasto total com marketing, já que as empresas também gastam com anúncios online, TV, rádio, publicidade com influenciadores, entre outros meios”, apontam Luiz Cherman e Pedro Duarte.

Impacto das apostas no varejo

Por último, o levantamento dos economistas do Itaú repercute a seguinte pergunta: as apostas online estão crescendo às custas do setor de varejo?

Dessa forma, para eles, debates sobre o desempenho do setor varejista este ano têm sido comuns. Assim, uma das explicações levantadas pelos que acreditam que o setor está tendo um desempenho abaixo do esperado é de que os consumidores têm gasto cada vez mais com apostas online. Em suma, reduzido seu consumo de bens.

“Nossos modelos não apoiam esta hipótese. As vendas no varejo têm apresentado resultados dentro do esperado. Nosso modelo macroeconômico para as vendas no varejo baseia-se em quatro variáveis: renda, crédito, confiança do consumidor e poupança. Não identificamos aumento no erro de projeção com base nas variáveis macroeconômicas”, escrevem Cherman e Duarte.

“Note-se que o consumo, capturado pelo PIB, é ordens de magnitude mais amplo do que o setor de varejo representado no mercado acionário. O que pode ajudar a explicar o aparente descolamento entre renda e receitas do setor de varejo. A aproximação, em suma, não é muito apropriada”, completam.

Correção: a manchete anterior ‘Itaú sobre bets no Brasil: apostadores desembolsaram R$ 24,1 bilhões e resgataram R$ 200 milhões em prêmios no último ano’ foi alterada para refletir o gasto total (que considera apostas + taxas e não os ganhos) e o gasto líquido (que envolve o gasto total menos os ganhos) para chegar ao valor recebido pelos apostadores, segundo estimativa do banco.

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