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Título do Tesouro Direto paga R$ 10 mil por mês por 20 anos

Nesta semana, a notícia de que o Tesouro Direto pagou quase R$ 260 bilhões a investidores após o vencimento de um título emitido 20 anos atrás movimentou o mercado.

A série NTN-B 2024 venceu na última quinta-feira (15). Chocou os aplicadores por seu retorno bruto de 1.377% no período (14% ao ano). Ou, descontada a inflação, lucro líquido de 411% (ou 6% ao ano).

Depois dessa história, muita gente se lembrou da mágica dos juros compostos dentro da renda fixa brasileira. Da mesma forma se pegou fazendo contas para entender se, hoje em dia, existem investimentos do tipo, sem risco, à disposição do aplicador comum.

Para especialistas em investimentos, a resposta é, sim, existem. E até melhores.

Título do Tesouro Direto Renda +

Desde janeiro de 2023, o site do Tesouro Direto comercializa uma nova família de prefixados, atrelados à inflação (NTN-Bs), e de longuíssimo prazo (20 anos). Com o nome de Tesouro Renda Mais (Renda +), esses títulos caíram no gosto dos especialistas.

“Eu tenho ficado muito fã do Tesouro Renda +”, afirma Jayme Carvalho, economista-chefe da SuperRico. “Eu acho que eles são títulos que fazem o seu papel de programação de longo prazo”, destaca.

Apesar de ser comunicado no site do Tesouro Direto como uma opção de aposentadoria, o especialista aponta que eles não devem ser encarados como um substituto dos fundos de previdência, que ainda têm seu papel.

“(O Tesouro Renda +) faz muito sentido como investimento”, destaca.

Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank, é outra que, do mesmo modo, tem comentado bem do novo produto. Ela também destaca um, também recente, de outra família, com prazo um pouco mais curto. O Tesouro Educa +. Este, pensado para quem quer programar, por exemplo, a faculdade de um filho.

“Esses dois títulos, o Renda + e o Educa +, têm características bem similares ao Tesouro IPCA. Eles também pagam uma taxa prefixada, mais a inflação do Brasil, representada pelo IPCA. Mas a diferença é que eles têm prazos mais longos de vigência”, diz.

Para explicar o impacto desses produtos na vida do investidor, a reportagem fez algumas simulações que deixam claro o carrego da inflação e, acima de tudo, do prêmio extra tem na curva de um patrimônio. Aliás, aproveite para usar nossa calculadora de renda fixa.

Antes, uma explicação. A característica desses títulos é que, ao alcançar o prazo de vencimento, ao invés deles entregarem todo o montante na conta do investidor, eles pagam mensalmente, um valor definido por meio da simulação.

Imagine um investidor com 30 anos de idade. Ele planeja parar de trabalhar aos 60 anos. E quer uma renda extra de R$ 10 mil.

No site do Tesouro, neste momento, há o Tesouro Renda +, com vencimento em 2055. Se o aplicador alocar R$ 100 mil neste título, a partir de janeiro de 2055 e até dezembro de 2074, ele recebe justamente os R$ 10 mil mensais. O dinheiro vai cair dos 60 aos 80 anos de idade na conta bancária.

Agora, o mesmo objetivo, mas com um investidor de 40 anos de idade. O produto que neste momento se encaixa ao objetivo é o Tesouro Renda + com vencimento em 2045. O título entrega IPCA + 5,97% ao ano. E vai pagar os R$ 10 mil ao mês do começo de 2045 até o final de 2064.

Outro título de longo prazo do Tesouro Direto

Existem outros títulos do Tesouro Direto que se beneficiam do IPCA e de um prêmio consistente hoje em dia. Um deles é o Tesouro IPCA +, com vencimento em 15 de maio de 2045.

Esse produto já entrega o montante do investimento no prazo final, exatamente como o título que venceu no dia 15 de agosto de 2024.

Quem aplica R$ 100 mil neste momento, vai alcançar um valor bruto de R$ 686.735,88 daqui a 20 anos e seis meses. O resultado líquido estimado, ou seja, descontado a inflação esperada, é de R$ 571.410,01.

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