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a estrutura da tentativa de golpe de Estado

A Polícia Federal (PF) dividiu em seis núcleos os integrantes da suposta organização criminosa que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas nesta quinta-feira (21), entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus principais auxiliares no antigo governo.

Segundo a PF, os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos diferentes grupos.

Um deles é o “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral”. Esse grupo era formado por pessoas responsáveis pela produção, divulgação e amplificação de notícias falsas sobre a lisura das eleições presidenciais de 2022, com o objetivo de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis do Exército e criar o ambiente propício para o golpe de Estado.

Entre os nomes desse núcleo estava o tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Bolsonaro e Tércio Arnaud Tomaz, que era assessor da Presidência e apontado como um dos integrantes do chamado “gabinete do ódio”, que funcionava dentro do Palácio do Planalto para atacar adversários do governo.

O segundo é o “Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado”. Esse grupo teria atuado fazendo pressão e ataques pessoais contra militares de alta patente que resistiam às investigadas golpistas. Um dos nomes desse grupo era o general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice de Bolsonaro.

O terceiro é o “Núcleo Jurídico”, que teria auxiliado Bolsonaro na elaboração da chamada “minuta do golpe”. Fazem pare desse grupo Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e Filipe Martins, ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência.

Já o “Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas” seria coordenado por Mauro Cid, que realizaria reuniões de planejamento e execução de medidas para não desmobilizar os golpistas que estavam acampados em Brasília, incluindo a mobilização, logística e financiamento. Desse grupo faziam parte militares do Exército Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima, que foram presos na última terça-feira.

O quinto é o “Núcleo de Inteligência Paralela”, que seria responsável pela coleta de informações para auxiliar Bolsonaro a tomar decisões que levassem ao golpe. Esse grupo teria ficado com a tarefa de monitorar os passos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades. Um dos integrantes era o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno.

Por último, há ainda o “Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitiva”. Esse núcleo não estava previsto em fevereiro, quando a PF deflagrou a Operação “Tempus Veritatis”. Todos os citados foram indiciados nesta quinta-feira.

Com informações do Valor Econômico

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