Atlas e Atiaia fecham acordo em produção de energia renovável com V.tal, do BTG
A V.tal, empresa de infraestrutura de telecomunicações controlada por fundos administrados pelo BTG Pactual, anunciou a assinatura de um contrato de 16 anos com as empresas Atlas Renewable Energy e Atiaia Renováveis. O acordo prevê o fornecimento de energia elétrica renovável na modalidade de autoprodução, com o objetivo de atender às operações da companhia em todo o Brasil.
Ao todo, serão dez usinas solares com previsão de entrarem em operação em 2026. Os acordos resultarão na geração de 710 gigawatts-hora por ano do Complexo Solar Draco da Atlas, no município de Arinos (MG), e de 237 GWh por ano do Complexo Sol do Agreste da Atiaia, em Tacaimbó (PE).
Neste modelo, a V.tal adquire participação acionária nas usinas, obtendo o direito de produzir energia elétrica exclusivamente para suas operações. Além disso, a empresa se beneficia da isenção de alguns encargos, o que aumenta sua competitividade no mercado. No entanto, como os custos do sistema permanecem os mesmos, a diferença acaba sendo rateada entre os demais consumidores.
A produção das plantas será destinada a atender à demanda energética dos prédios da V.tal no Brasil, bem como de três data centers da Tecto (empresa da V.tal) já em operação no Rio de Janeiro e em Fortaleza, incluindo o Mega Lobster – um data center de larga escala cuja construção já foi iniciada em Fortaleza. Além disso, as usinas também fornecerão energia para novos empreendimentos que serão desenvolvidos conforme o plano de expansão da Tecto, que prevê um investimento inicial de US$ 1 bilhão.
“A V.tal é hoje a maior empresa de infraestrutura digital do Brasil e, portanto, uma importante demandante de energia para operar esta plataforma gigante e de alta capilaridade. A decisão pela autoprodução de energia 100% renovável é estratégica, pois além de contribuir para a sustentabilidade, pilar fundamental da V.tal e da Tecto Data Centers, vai ao encontro das necessidades dos nossos clientes”, disse, em nota, Bruno Giovenazzi, diretor financeiro da V.tal e da Tecto Data Centers.
A crescente demanda por eletricidade das gigantes da tecnologia, necessária para processar bilhões de dados em microssegundos, se alinha com a solução para a sobreoferta de energia no Brasil. Um levantamento da consultoria Clean Energy Latin America (Cela) aponta que os contratos de longo prazo no mercado livre de energia renovável para abastecimento dos datacenters no Brasil totalizam 330 megawatts-médios (MWmédios) nos últimos três anos, num montante estimado de transações da ordem de R$ 7,7 bilhões.
“Trata-se de um volume bastante expressivo de contratos de longo prazo com data centers no Brasil, ao considerar o curto espaço de tempo das efetivações, de três anos, para um setor que começa a despontar no País como demandante relevante de energia limpa, competitiva e renovável”, avalia Camila Ramos, CEO da Cela.
Recentemente, a Serena Energia (antiga Omega) anunciou que fornecerá energia eólica de dois complexos na Bahia à Scala Data Centers, com início de suprimento esperado para o início de 2025. Casa dos Ventos e Odata também fecharam um acordo de longo prazo para o fornecimento de energia elétrica renovável para infraestruturas de dados no Brasil. Já a AWS, empresa de serviços em nuvem da Amazon, optou por investir em um parque solar de 122 MW e um parque eólico de 49,5 MW.
*Com informações do Valor Econômico