Economia

Novo ciclo de alta da Selic eleva pressão sobre as famílias

O Relatório de Estabilidade Financeira (REF) apontou que a capacidade de pagamento das famílias e das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) segue desafiadora, apesar de “sinais econômicos favoráveis”. O documento foi publicado pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira e também destacou que “o novo ciclo de aumento da taxa básica de juros (Selic) pode elevar a pressão sobre a capacidade de pagamento de empresas e famílias”.

O BC ressaltou as surpresas positivas no mercado de trabalho em relação ao nível de ocupação, taxa de desocupação e renda. Apesar desse sinal positivo, o relatório aponta que o endividamento e o comprometimento de renda das famílias “persistem elevados”.

Para as MPMEs, pontua o relatório, há um “crescente” volume de requerimentos de recuperação judicial e percepção de alavancagem elevada, “apesar do dinamismo recente do comércio, dos serviços e da indústria”.

Ao avaliar a materialização do risco de crédito, o relatório aponta que para famílias e MPMEs deve seguir estável, enquanto há potencial de redução para grandes empresas.

O documento detalha que para as pessoas físicas, há uma melhora no “mix” de produtos e a atividade aquecida que compensaria o elevado comprometimento de renda e a “leve piora” nos critérios de contratação.

Já para MPMEs, “não se observaram alterações relevantes na qualidade das operações contratadas, ainda que tenha ocorrido alguma descompressão na margem”, destacou o relatório.

O REF ainda destacou que as instituições financeiras aumentaram “levemente” o apetite a risco. Nesse tema, o BC explicou que houve uma “reaceleração” em quase todas as modalidades de crédito para as famílias com “alguma flexibilização” nos critérios de concessão, com destaque para o financiamento de veículos.

Para empresas, os critérios de concessão não tiveram mudança significativa e o ritmo de crescimento do crédito aumentou. “Os riscos relacionados à situação financeira de famílias e empresas continuam demandando a preservação da qualidade das concessões.”

Com informações do Valor Econômico

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